Faz um tempo que estou devendo esse esquema para a pronúncia das letras hebraicas. Sugiro que façam o exercício com um baralho próprio ou desenhando as letras enquanto experimentam pronunciá-las. O objetivo é articular os sons em seus devidos lugares, compreender as distinções e, se possível, anotar as diferenças sensíveis entre eles. Algumas letras serão muito parecidas, outras completamente diferentes. Algumas diferem pelo momento em que a voz é projetada, outras não têm voz alguma.
Purim, 25/26 de fevereiro

Quando precisamos nos esconder
Usar máscaras já teve um significado mais feliz.
Não só no Carnaval, mas, séculos antes, em Purim.
Alguns dizem que as máscaras servem para lembrar que houve uma época em que judeus precisaram se disfarçar para sobreviver — isso ocorreu várias vezes na história, na verdade. Outros dizem que servem especificamente para simbolizar o oculto, que nada é apenas sua aparência.
Onde estamos?

É sempre difícil enxergar todo o caminho quando estamos bem no meio dele.
Em uma das muitas versões sobre a sabedoria de Salomão, conta-se que um viajante muito muito rico pediu conselho ao Rei Salomão sobre como fazer um anel para si. Qual inscrição seria perfeita para fazer em um anel perfeito. Uma frase tão verdadeira que traria sabedoria em todos os momentos da vida, não importando o quão bons ou ruins fossem, e não importando onde ele estivesse, em sua própria terra ou em países distantes.
O Rei Salomão sugeriu a frase “Gam zeh ya’avor“, isso também vai passar.
Anotações sobre a criação e os seres humanos na Cabala, estudos do mês

Os elementos fundamentais da cabala são três. Fogo, ar e água.
A descrição do início do universo, em Gênesis/Bereshit tem ainda a “escuridão”. Uma vez que a “luz” não havia sido criada ainda, os cabalistas desde sempre registram que “escuridão” obviamente não é uma expressão literal. A escuridão é descrita como quente.
Thageriron e a barganha

Passamos Lilith, Gamaliel, Samael, Oreb Zaraq e chegamos a Thageriron. Cada vez que avanço, a experiência é mais vazia. Ou talvez seja mais difícil trazer para cá o que eu vejo.
Oreb Zaraq e a arma nunca disparada

Passamos por Lilith, Gamaliel, Samael, chegamos em A’arab Zaraq. Essa escolha de nomes ainda me confunde. É mais fácil seguir a trilha de sensações deixadas pelas diversas linhas de pesquisa que já trilharam o percurso do que buscar a origem dos nomes na árvore (ou nos túneis).
A cabala judaica em Russian Doll (Netflix)
Não vim dizer que há uma árvore hermética das personagens de Russian Doll. Isso não é trabalho deste blog. Mas são referências judaicas modernas tanto o uso dos anjos, o desaparecimento de personagens, o uso simbólico dos espelhos e a importância de salvar uma vida.
Demônios imaginados: Maria, a Sangrenta
É catoptromancia ou necromancia?
Eu diria que depende de acreditarmos que Maria é um espírito ou uma construção coletiva.
Levítico 18 e o sexo
Alguns pontos rápidos:
Primeiro: é um texto de — pelo menos — 25 séculos atrás.
Segundo: não se lê Levítico 18 sozinho (ou Vaiykrá 18). O capítulo faz parte da Parasha Acharê, na qual fazem parte os capítulos 16, 17 e 18. Esses capítulos apresentam uma série de mandamentos (mitzvot) positivos e negativos. Ou seja, diz o que um judeu deve e não deve fazer.
Terceiro: “Ein apotropos le arayot” — ninguém é guardião da sexualidade de ninguém.
É permitido fumar: o lugar do pecado na prática espiritual
Alguém perguntou sobre o cigarro no judaísmo. Sendo o suicídio condenado na religião judaica, alguém perguntou, não seria o fumo uma espécie de suicídio lento e portanto proibido? Nosso rabino respondeu que não, e acendeu seu cigarro.
Há uma questão (taxonômica talvez) aqui: quão devagar seria permitido causar mal a si mesmo e ainda não ser classificado como “suicídio”? Quero dizer, seria permitido pelo judaísmo, em algum grau, fazer mal a si mesmo? Aqui me parece que há a questão do ponto de partida e do caminho desejado.