Cabala Judaica: Indicações 2016

Referências para o iniciante nos estudos da cabala

Judaísmo e cabala. Dois assuntos interligados. A cabala, mesmo para os judeus que não creem em D’us, molda a tradição e o pensamento judaico. E o judaísmo, mesmo para os que operam a cabala apenas como ferramenta mágica, é chave para decifrar os símbolos e a gramática da Criação.

Separei cinco livros sobre judaísmo e cinco livros sobre as raízes da cabala, para construção de um vocabulário operacional útil ao estudo autônomo, independente, questionador da magia por trás do que chamam de cabala judaica. Vou listar os livros neste post e, a cada semana, indico um pouco sobre como ler ou o que procurar em cada uma dessas obras.

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Cabala Judaica #19: A Gramática da Criação

Tem gente que diz estudar magia, cabala especialmente, e não sabe colocar vírgulas em uma frase. Gente que se vangloria de praticar algum exercício mágico diariamente há 10 anos e não sabe que aquele “há” tem “h” e acento agudo.

cabala etz chayim cf. Isaac LuriaEsses dias, em conversa informal com os colegas deste blog sobre indicações de leitura, respondi que minha sugestão de livro para quem quisesse ser um mago cabalista deveria ser uma Gramática. Resolvi me justificar por escrito. Primeiro, porque achei interessante que minha indicação para um estudo judaico dito “de mão direita” tenha sido um livro didático, enquanto a indicação do meu colega “da mão esquerda” foi um livro de Literatura. Segundo, porque entendo que, embora todos nós entendamos que deva haver liberdade e intuição na prática espiritual, isso não significa que não deva também haver regras.

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Cabala Judaica #18: da profecia à exegese

Na narrativa do Talmud sobre uma discussão interminável entre os grandes Hillel e Shammai, D’us precisou interferir diretamente para solucionar a disputa. Nem cem anos mais tarde, em outra disputa insolúvel, agora entre Eliezer e Yehoshua, D’us foi impedido de se pronunciar. A narrativa marca a vitória da interpretação e do diálogo sobre a profecia e imposição religiosa.

A história foi registrada no Talmud como tendo ocorrido ainda no primeiro século da Era Comum e, em tempos de ameaças ao estado laico, vale a leitura.

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BANIMENTOS!!!

Terceira e última parte da análise do “Liber O”, do nosso querido e amado Therion. Passamos pela Forma Deus e pela Vibração dos Nomes, e agora vamos para os famosos banimentos.

Primeiramente é necessário que o estudante saiba de uma coisa: os rituais de banimento, por mais diversos e específicos que sejam, são convenções, isso mesmo, são apenas uma fórmula pré-estabelecida que determinada egrégora utiliza para preparação de um ritual ou atividade específica, na grande maioria das vezes realizar um ritual de banimento sem fazer parte da egrégora de nada adianta, é mero exercício de visualização.

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O Amor foi uma Invenção

Um cantor e um alaúde. Amor cortês. Amor romântico. Romance. Romantismo.

Dizem que o Amor foi inventado por um poeta anônimo do século XII. Assim mesmo, inventado. Algum cantador com um alaúde debaixo do braço teve uma ideia tão melosa e atraente que se multiplicou feito um câncer. Talvez tenha doído. Dói inventar tamanha mentira.

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Cabala Judaica #17: Malkuth embaixo, Malkuth em cima

Cada autor, cada pesquisador da cabala, cada aluno em suas anotações usa das ferramentas que possui para descrever as esferas da Etz Chayim. Malkuth, talvez seja a menos polêmica das esferas. Malkuth é onde tudo se materializa. Malkuth é onde a energia manifestada nas outras esferas “existe” (no sentido corriqueiro da palavra) ao mesmo tempo. Nas palavras dos grandes cabalistas que chegaram até nós, Malkuth foi usado para descrever outras esferas.

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Mitos e Lendas: O Golem

A literatura acerca da magia cabalística sobrevive renegada à fantasia. Se perguntarmos aos grandes estudantes de cabala de hoje, responderão que cabala é uma forma poética de tratar questões internas, psicológicas, sociais. São os grandes rabinos que ainda discordam.

A nossa tradição de cabala ibero-americana sobrevive repetindo a máxima: “no creo en brujas, pero que las hay, las hay”.

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