Demônios imaginados: os Shamashim

Em Chanuka, o costume judaico é acender um candelabro, chamado chanukiah, com oito velas. Chanuka é uma festividade de 8 dias. A cada noite acendem-se o número de velas do dia respectivo. Uma na primeira noite, duas na segunda noite, três na terceira… Mas, se você prestar atenção, verá que as representações da chanukiah têm 8 velas. A chanukiah de verdade tem 9 velas. A nona vela é chamada de shamash.

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Médium ou Adepto?

Se tem algo que me irrita no hermetismo é como ele desfaz daquilo que desconhece ou que pode potencialmente diminuir seu valor auto-percebido.

Por isso, tomei alguns minutos para, assim como fiz com Blavatsky (que, aliás, estava a toda nessa onda), comentar um pouco sobre a visão hermética da mediunidade.

Como estudante de hermetismo por um bom período, acupunturista e médium, tenho algumas coisas a falar a respeito – afinal, frequentei ambos os meios.

Vamos a isso.

 

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O Holobionte e a Practognose

Holobionte: ser vivo (teórico) formado pela soma de organismos (micro e macro) que estão em simbiose. Nós, nossas bactérias e nossos vermes.

A discussão sobre o conceito não é tanto se a teoria está correta, mas, sim, se ela é necessária. Não vale a pena simplesmente aceitarmos que consciência e decisão não são tão individuais assim?

Practognose: conhecimento prático e corporal que precisa ser acessado sem a consciência/cognição, porque é interrompido por processos cognitivos conscientes. Quem dança ou pratica artes marciais entende bem o conceito.

O termo foi cunhado por Merleau-Ponty, mas não costuma ser muito utilizado fora de estudos específicos. É mais fácil encontrar o termo “apractognose”: incapacidade de por em prática habilidades motoras, como vestir as roupas. Diferente de falta de coordenação motora ou falta de cognição, a apractognose aparece na aplicação da ação nessas habilidades do dia-a-dia, que deveríamos ser capazes de fazer sem problemas, mas que, por algum motivo, quem sofre de apractognose não é capaz de completar.

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O Despertar ao Amanhecer

O equinócio de primavera marca o despertar da terra e o início da semeadura. Dentro de uma ritualística sazonal, observar o início dessa estação também significa o momento em que a energia telúrica tomará seu espectro diurno e conduzirá tudo à uma postura ativa. Discutiremos as bases dos rituais sazonais e dos mistérios da movimentação natural com base nas Libações de Primavera.

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O Orvalho da Yggdrasill, o Dragão e o Destino

Existe um mito sobre as Nornir (a tríade do Destino no panteão nórdico) onde além (ou “ao invés”) do papel de fiandeiras seria de sua ocupação regar as raízes da Yggdrasill. Embora já tenhamos analisado a Wyrd em textos anteriores, discutiremos os símbolos usados por esse mito para explicar este conceito que muitas vezes pode soar confuso. Recomendo (re)ler o texto anterior, para se familiarizar não apenas com a noção nórdica de Destino como também com os termos que serão usados.

Imagem destacada: Nataša Ilinčić. Sim, a mesma do artigo anterior; porque não achei nenhuma outra que me agradasse tanto quanto…

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