Sobre Consagrações – ou tornando objetos mágicos

Em um treinamento magístico conforme realizado por ordens ou mesmo covens, logo depois de aprendermos um ritual de banimento somos ensinados algum feitiço de consagração. Este ato, que separa um objeto comum para o uso na magia, é um dos mais elementares e ao mesmo tempo um dos mais complexos dentro das práticas de um magista. Se trata do método que cria um Instrumento ritual, embora também seja aplicado para a criação de talismãs. Numa série de posts vamos discutir o porquê, buscando analisar detalhes e trazer ideias que possam aprimorar nossas práticas individuais.

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Vamos falar de Quimbanda – Parte 2.

Vamos continuar nossa série de textos sobre Quimbanda, anteriormente vimos um pouco da minha história e vivência neste sistema de magia, agora vamos analisar uma das maiores injustiças cometidas no cenário nacional: dizer que as entidades de Quimbanda são os mesmos daemons da Goécia. Primeiramente temos de buscar um autor, Aloísio Fontenelle, que em seu livro EXU afirma que os Exus de Quimbanda são os mesmos demônios presentes no Grimorium Verum, trazendo por exemplo:

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A Wyrd e a Responsabilidade Coletiva

Wyrd, Kharma, Destino… Todos conceitos metafísicos sobre a passagem do tempo e a forma que nossos atos impactam a sucessão de acontecimentos. Como sempre, aqui nos atentaremos à wyrd – este conceito germânico que acabou sendo personificado através das Nornir e permeou histórias do período medieval inglês. É marcante para muitos autores da Bruxaria Tradicional, de Orapello&Maguire até Gary e Frisvold. Mas para entender profundamente esse conceito, precisamos ir além do metafísico e torná-lo uma lente para enxergar o cotidiano; e para isso, observaremos o nosso contexto pandêmico.

Imagem destacada: Centro de São Paulo em reabertura, mesmo com a pandemia

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O Paradigma Animista

A magia do caos nos introduziu o conceito de “paradigmas mágicos” – modelos teóricos de onde partem nossa cosmovisão e pressupostos, onde podemos estruturar o trabalho mágico. Patrick Dunn, em seu livro Postmodern Magic, estabelece quatro paradigmas principais e coloca o animismo como uma variante do “Paradigma Espiritual”. Porém, esta linha de pensamento nos oferece uma visão de mundo complexa que muda por completo a nossa abordagem magística e merece uma análise aprofundada.

Imagem destacada: cena de “A Viagem de Chihiro” retratando uma divindade que também era um rio.

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A Mão Esquerda da Bruxaria

A bruxaria já teve inúmeras definições, redefinições, nascimentos e renascimentos no decorrer dos tempos. Dentro de um recorte que foca na Bruxaria Tradicional é possível encontrar diversas características em comum entre uma vertente e o outra e também curiosos pontos de encontro com o Left-Hand Path – uma vertente com maior influência do hermetismo e Thelema. Analisaremos essas semelhanças como uma forma de começar um diálogo entre esses dois caminhos mágicos.

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