Para finalizar o texto anterior irei narrar dois fatos experimentados por mim. Ambos retirados de meus diários mágicos, vou omitir as datas astrológicas e profanas, mas o resto está tudo ai.
Exemplo 1: Assunção da Forma –Deus de Ogum para reconsagrar minha espada cerimonial.
Objetivo: Reconsagrar minha arma elemental do Ar dando a ela uma característica mais bélica. Para isso acreditei ser melhor assumir a Forma –Deus de Ogum, é uma divindade que possuo intimidade e também é de um panteão que possuo um conhecimento bom. Dentre as características busquei lembrar-me de Ogum como ferreiro, guerreiro e generoso com seus comandados. A figura de Ogum Megê-Megê serve muito bem por ser mais velho e sábio, um estrategista racional. E também por Ele ser temido pelos espíritos maléficos e mal intencionados. Qualidades essenciais para minha espada: Ar, Razão, Ser temida pelo mal.
- Preparação: Tomei um banho de ervas, utilizei-me de espada de São Jorge, boldo e alecrim. Pus uma roupa branca e vermelha.
- O templo estava perfumado com o defumador que preparei. Fiz uma mistura com ervas secas características do Orixá em questão.
- No altar estava minha Baqueta e a Espada, uma pena e meu Assentamento de Ogum. Uma maneira de ligar-me mais facilmente à divindade em questão.
- Realizei um banimento completo e abertura de trabalhos.
- Queimei incenso em homenagem a divindade e realizei uma invocação, na invocação ressaltei as qualidades da entidade e as “puxei” para mim.
- Peguei a espada e posicionei juntamente com o assentamento. Sentei-me e contemplei a imagem formada, entrei em profunda meditação, o ambiente começou a tornar-se rubro.
- Visualizei-me em um trono como um Rei Guerreiro, a minha frente, entre eu e o altar, estava à imagem de Ogum, alto, forte, poderoso e com uma espada semelhante a que eu gostaria. Ele vestia-se como um Rei, era o Poderoso Ogum. Pela minha vontade, sobrepus a imagem ao meu corpo, a partir desse momento imaginei-me como Ogum, eu era Ogum!
- Consagramos a espada com incenso, uma fita vermelha e azeite de dendê. Alto e claro gritamos PATAKORI OGUM, OGUM Ê! Realizamos alguns movimentos com a arma, era uma arma de guerra.
- Realizamos uma invocação dos elementos necessários a espada, principalmente os relacionados ao Ar, nesse momento outras divindades do panteão foram convocadas.
- A imagem levantou-se e desapareceu.
- Em agradecimento terminei de enfeitar o Assentamento.
- Fechei os trabalhos e realizei um banimento. O intuito não era banir a Forma – Deus, pelo contrário, mas sim desligar-me do trabalho que havia sido feito.
Obs.: todo o ritual demorou 3h e 20min
Obs2.: esse não é a ritualística “padrão” para consagração de uma arma elemental, lembro que a Espada já estava consagrada eu queira melhorar seus atributos e também tornar minha argumentação racional e lógica mais agressiva. Realmente funcionou, tanto para a Espada quanto para minha argumentação.
Exemplo 2: Assunção da Forma –Deus de Mercúrio para uma palestra a qual não havia preparado adequadamente.
Objetivo: eu tinha uma palestra a realizar em meu trabalho, porém não tive tempo hábil de preparar-me adequadamente, meu conhecimento teórico e prático sobre o assunto era parco e insatisfatório. Haviam outras pessoas na plateia que sabiam muito mais que eu.
- Antes de começar a palestra concentrei-me em Mercúrio e em seus aspectos de orador e sofista. A arte da retórica e do sofismo seriam fundamentais. Visualizei a divindade como de praxe, porém acrescentei uma longa barba e um sorriso sarcástico.
- Vizualizei-me como o Deus, assumi uma postura ereta de quem domina o assunto, todos estavam atentos a mim e aos slides que preparei na correria.
- Não era minha intenção, mas minha voz estava mais potente, mais profunda, até mesmo um pouco mais grossa.
- A palestra decorreu normalmente, fiz algumas piadas, falei muito bem sobre o assunto.
- Respondi algumas dúvidas. Não duvidei em nenhum momento de minha capacidade.
- Ao fim um dos espectadores, que sabia muito mais que eu sobre o assunto, veio até mim e elogiou minha explanação.
- Ao fim de tudo, desfiz a imagem, estava cansado, e não lembro quase nada que falei.
Obs.: Nunca mais farei isso, pode ser que um dia desses Mercúrio ache mais interessante que eu passe vergonha.
Existem outras maneiras e relatos sobre o assunto, mas esses dois são mais recentes em minha vida. Ressalto que essa prática não é novidade para mim, já realizo faz um tempo.
Meus respeitos.
Akin
4 Comentários
Incrível, poderia informar onde encontro material de estudo sobre o assunto? Tenho dificuldade em oratória, depois da hipnose ajudou muito mais ainda da para melhorar. Para chegar nesse nível teve uma prática média de quanto tempo?
Amigo faço isso a algum tempo, papo de uns 3 anos, se você contar as incorporações de umbanda, kimbanda, catimbó e candomblé… aí vão uns oito anos. Sugiro algo bem simples, um estudo aprimorado dos deuses da comunicação, principalmente Mercúrio por ser mais “seguro”. Inicie com uma invocação, algo simples, monte seu templo com características da divindade, incensos, cores, até oferendas. E realize a invocação, como se fosse uma reza que você faria a um santo, exaltando as características que você deseja, e fervorosamente clame aquela divindade para si, na verdade as características dela. Finalize com uma visualização firme da divindade. Dessa maneira você estará agindo no seu inconsciente para causar uma simpatia com a divindade e característica.
Comece também a ver em seu dia a dia momentos em que essa divindade seria de grande ajuda, e momentos em que ela realmente é de grande ajuda.
Quando estiver com alguma prática na invocação comece a visualizar-se da mesma maneira que a divindade, assim você estará chamando as características para si. Saiba como “recolher” a divindade para si quando for necessário, uma boa maneira é expandindo seu chacra do plexo solar e recolhendo-o juntamente com a divindade para o centro de seu peito.
Quanto a oratória um desenvolvimento do chacra da laringe seria interessante.
Muito interessante. Há um tempo, intuitivamente fazia algo semelhante. Bastet no início. ísis, Maat, e Anubis. em momentos específicos, intuitivamente fazia algo, invocava, assumia suas formas, seus atributos.
Muito obrigado pelas explicações, Admin.