Cabala Judaica #20: Qual sou eu?

Uma amiga perguntou: Na cabala, eu sou Nefesh? Sou Ruach? Eu sou a que está em Malkuth? Sou quem está em Tifereth? Ou existe um ego verdadeiro em Kether? Qual sou eu?

É interessante pensar isso. A resposta, no judaísmo, é muito simples.

Podem ser 3 almas, 4 mundos, 7 corpos, 10 esferas, 22 caminhos. De tudo isso, a maioria das pessoas acha que é apenas seu corpo, que estaria em Malkuth. É possível mesmo acreditar que uma pessoa é só suas vestes, é apenas o vaso onde todo o mar espiritual se deposita?

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Cabala Judaica #6: sobre Cabala e Vinhos I – a árvore simplificada

Sobre a árvore da vida, sem a complicação de mundos, reinos, elementais, nomes de deus e demônios arquetípicos

Vamos mais um passo atrás…

Tudo é a mesma esfera, tudo é aqui

A árvore da vida, Etz Chayim, é um diagrama que representa os aspectos do ser humano distribuídos em dez esferas. Apesar dos trabalhos de pathworking, pathfinding, viagem entre esferas etc. Não seria correto afirmar que estamos em Malkuth. Somos seres que existem em todas as esferas ou, mais condizente com a cabala judaica: “Malkuth é onde todas as esferas entram em contato”, onde os atributos de Keter, Chokhmah, Binah, Chesed, Gevurah, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod ganham materialidade. Todas ao mesmo tempo.

Mas entender isso é como treinar para ser enólogo, esses cheiradores de vinhos ou cervejólogos se for de preferência. Cada vinho é diferente. Cada esfera é diferente. É quase impossível associar o gosto sorvido em um cálice ao excesso de iodo no solo onde cresceu o carvalho do barril usado para envelhecimento do vinho. Mas esse iodo influencia no gosto final. E o gosto pode ser detectado. Só que ele não vai ser descrito como “iodo”, mas como “metálico”, “seco”, “alto”. Assim é com as esferas.

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Cabala Judaica #2: Sefirat haOmer, contando esferas

Sefirat, SFR, esfera, conta, cálculo, pedra, rolo.

A vida do judeu é uma estrada circular.

Sefirat vem da raiz S-P-R. Dela se originaram as palavras esfera, safira. O sentido se estende para conta, cálculo. Ambos com sentido de pedra e de operações matemáticas. Com S-F-R também se escreve sefer, rolo, especialmente no sentido de pergaminho enrolado, a forma como se guardavam os “livros” de antigamente e, até hoje, é a forma adotada para a Torah nas sinagogas.

O sentido de “contar pedrinhas” sobrevive em mitos muito antigos, alguns até ensinados em colégios hoje em dia. “Como o homem começou a contar?” “Ele pegava uma pedra para cada ovelha. Colocava as pedras em um saco e sabia quantas ovelhas tinha contando as pedras no saco, em vez de contar as ovelhas.” Parece mais trabalhoso do que só contar ovelhas, mas ainda assim é uma explicação aceita. O nome para a “numerologia grega” segue a mesma tradição: isopsefia (igual + pedregulho).

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