O Ragnarök nosso de cada dia

Desta vez falaremos sobre um tema popular da mitologia: o Ragnarök (“Crepúsculo dos Deuses”). Temos inúmeras adaptações do mito tanto em modelos de contos quanto na cultura pop, sempre como um evento assombroso e apocalíptico e muitas vezes assumindo um tom parecido com o de uma tragédia grega; os deuses teriam medo dessa profecia, e atos que visavam a evitar são justamente o que a desencadeiam. Vamos debater um pouco esta visão em relação ao que é apresentado nas Eddas e tentar extrair algo dele para o nosso cotidiano.

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Galdrastafir – Sigilização Nórdica

Muitos já viram imagens de complexos sigilos, normalmente organizados de forma circular, e imediatamente associaram com os povos nórdicos e suas práticas de feitiçaria. Chamados de “galdrastafir” (algo como “bastão mágico” em islandês antigo), esta técnica foi muito característica de uma Islândia tardia (e já convertida), sendo erroneamente ligados a Era Viking pela cultura-pop. Analisaremos seu contexto histórico e a forma que influenciam praticantes contemporâneos de magia nórdica.

Imagem destacada: parte do Manuscrito de Huld, importante

fonte preservada sobre os galdrastafur

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Divindades e Patrões Exigentes

Nos mais diversos meios pagãos hoje, é muito comum vermos pessoas falando sobre terem se dedicado a alguma divindade (ou mesmo um grupo delas) ou alegando possuir algum tipo de patronato; mas seria assim tão comum ou tão simples obter um contato tão profundo com os deuses? Após escrever sobre o impacto que alguns aspectos de Óðinn podem ter sobre um devoto, decidi falar de forma mais ampla sobre a construção da relação entre as pessoas e os deuses com enfoque no paganismo nórdico.

Imagem destacada: Shadow e Mr.Wednesday na adaptação em seriado de Deuses Americanos, lembrando vocês que ter uma divindade por perto o tempo todo pode não ser exatamente bom…

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A Má Sorte dos Seguidores de Odin

Entre certos grupos europeus, muitos voltados à bruxaria, é comum dizer que os seguidores de Óðinn teriam má sorte. O áss é visto como um trickster, pouco atento às necessidades daqueles que se voltam a ele, sempre disposto a testar as estruturas que entra em contato. Analisaremos a divindade partindo deste ponto de vista, apontando também como isto impactaria sobre aqueles que decidem buscá-la.

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Espíritos Domésticos e Práticas Diárias

Diversos lugares no mundo possuem folclore sobre entidades que afetam ou mesmo habitam os lares das pessoas – antigas histórias que são comuns na zona rural aqui no Brasil, ou um hábito de tempos pagãos que se tornou um ícone hoje na Europa. Partindo destes contos e de princípios ritualísticos, podemos construir uma prática diária que visa principalmente a proteção das pessoas que moram conosco.

Imagem destacada: arte de um “domovoi”, do folclore do leste europeu

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Magia Rúnica – Ontem e Hoje

O uso das runas como um alfabeto magístico hoje em dia é muito amplo, não sendo incomum sua apropriação para contextos que diferem muito do paganismo germânico e desconsiderem por completo sua utilização história. Os sistemas que as utilizam atualmente, mesmo dentro de um meio pagão, são construções contemporâneas que divergem do que os resquícios históricos nos mostram. Agora, vamos comparar ambas as formas que a magia nórdica escrita se manifesta no decorrer dos séculos.

Imagem destacada: parte do Codex Runicus, escrito por volta de 1300 para

registrar a lei nórdica, preservado na Dinamarca.

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O Ginnungagap como um Modelo de Magia

No primeiro post sobre modelos de magia baseados na simbologia nórdica, exploramos um interno baseado na hamr. Agora, discutiremos um modelo mais voltado para o exterior baseado no mito de criação apresentado nas Eddas. Ambos são complementares, e são de grande proveito se usados simultaneamente.

Imagem destacada: o vulcão Eyjafjallajökull, na Islândia. Segundo estudiosos dos mitos, a dualidade “gelo&fogo” pode só ter adquirido a importância que observamos hoje entre os colonizadores da ilha. Uma possível anterior, apontada em poemas rúnicos, pode ser “inverno&verão”.

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A hamr como um Modelo de Magia

Anteriormente, conhecemos um mapeamento para a alma humana (hamr) baseado na simbologia nórdica – dividido na mente, na aura e na Consciência. Agora, cruzaremos estes conceitos para criar um modelo de magia, com um enfoque para o autoconhecimento. Para isto, discutiremos formas de se obter um entendimento prático dos símbolos apresentados.

Imagem Destacada: RAIDHO

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O Caminho às Runas

Uma polêmica presente no meio Ásatrú é se existe algum tipo de “iniciação” necessária para usar magia nórdica, especificamente as runas. Normalmente quando falam sobre isso estão pensando em um ritual passado por outra pessoa – algo mais característico de ordens herméticas que do paganismo. Na minha opinião, existe um processo iniciático porém não desta forma; é algo interno, que nos é descrito na sessão do Hávamál chamada de “Rúnatál” (“Canção das Runas”, o trecho entre os versos 138 e 145 do poema). Discutirei aqui o meu ponto de vista sobre o assunto.

Todas as ilustrações deste artigo são de autoria de Nataša Ilinčić (Sim, vemos muito ela por aqui…)

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Magia Prática Nórdica

Fonte: Ræveðis

Para os nórdicos, a magia era parte do cotidiano. Não tinham ordens e iniciações – era vista como uma habilidade que poderia ser aprendida por qualquer um que tivesse acesso (normalmente, a nobreza ou famílias tradicionais); por isso, ao invés de uma única palavra significando “magia”, seu idioma antigo possui várias descrevendo práticas bem específicas cada (embora alguns pesquisadores assumam que a palavra “fjölkynngi” – algo como “conhecimento” – seria usada para a magia em geral). Hoje, entenderemos um pouco mais sobre algumas dessas numerosas práticas que chegaram até a nossa época.

Imagem destacada: Ræveðis

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