
Passamos Lilith, Gamaliel, Samael, Oreb Zaraq e chegamos a Thageriron. Cada vez que avanço, a experiência é mais vazia. Ou talvez seja mais difícil trazer para cá o que eu vejo.
Passamos Lilith, Gamaliel, Samael, Oreb Zaraq e chegamos a Thageriron. Cada vez que avanço, a experiência é mais vazia. Ou talvez seja mais difícil trazer para cá o que eu vejo.
Passamos por Lilith, Gamaliel, Samael, chegamos em A’arab Zaraq. Essa escolha de nomes ainda me confunde. É mais fácil seguir a trilha de sensações deixadas pelas diversas linhas de pesquisa que já trilharam o percurso do que buscar a origem dos nomes na árvore (ou nos túneis).
Não vim dizer que há uma árvore hermética das personagens de Russian Doll. Isso não é trabalho deste blog. Mas são referências judaicas modernas tanto o uso dos anjos, o desaparecimento de personagens, o uso simbólico dos espelhos e a importância de salvar uma vida.
Alguns pontos rápidos:
Primeiro: é um texto de — pelo menos — 25 séculos atrás.
Segundo: não se lê Levítico 18 sozinho (ou Vaiykrá 18). O capítulo faz parte da Parasha Acharê, na qual fazem parte os capítulos 16, 17 e 18. Esses capítulos apresentam uma série de mandamentos (mitzvot) positivos e negativos. Ou seja, diz o que um judeu deve e não deve fazer.
Terceiro: “Ein apotropos le arayot” — ninguém é guardião da sexualidade de ninguém.
Alguém perguntou sobre o cigarro no judaísmo. Sendo o suicídio condenado na religião judaica, alguém perguntou, não seria o fumo uma espécie de suicídio lento e portanto proibido? Nosso rabino respondeu que não, e acendeu seu cigarro.
Há uma questão (taxonômica talvez) aqui: quão devagar seria permitido causar mal a si mesmo e ainda não ser classificado como “suicídio”? Quero dizer, seria permitido pelo judaísmo, em algum grau, fazer mal a si mesmo? Aqui me parece que há a questão do ponto de partida e do caminho desejado.
As pessoas buscam fama na internet, porque, no fundo, não acreditam.
Não acreditam que seus crochês são bem costurados, que suas sobrancelhas foram bem desenhadas, que leram os livros certos, que o que fazem da vida é importante. Precisam confirmar que estão certos.
Aos berros, querem convencer que nazismo é de esquerda, que a Terra é plana, que migrantes a pé são um Walking Dead da vida real, que vencedores de Reality Shows são pessoas legais, que, se eles não podem abortar, ninguém mais pode, que todos devem se sentir culpados por gostar de mais de uma pessoa que de outras, que o sapato de solado vermelho é sempre do mesmo número mas serve em todo pé.
Precisam impor justiça, porque seu deus é impotente.
Holobionte: ser vivo (teórico) formado pela soma de organismos (micro e macro) que estão em simbiose. Nós, nossas bactérias e nossos vermes.
A discussão sobre o conceito não é tanto se a teoria está correta, mas, sim, se ela é necessária. Não vale a pena simplesmente aceitarmos que consciência e decisão não são tão individuais assim?
Practognose: conhecimento prático e corporal que precisa ser acessado sem a consciência/cognição, porque é interrompido por processos cognitivos conscientes. Quem dança ou pratica artes marciais entende bem o conceito.
O termo foi cunhado por Merleau-Ponty, mas não costuma ser muito utilizado fora de estudos específicos. É mais fácil encontrar o termo “apractognose”: incapacidade de por em prática habilidades motoras, como vestir as roupas. Diferente de falta de coordenação motora ou falta de cognição, a apractognose aparece na aplicação da ação nessas habilidades do dia-a-dia, que deveríamos ser capazes de fazer sem problemas, mas que, por algum motivo, quem sofre de apractognose não é capaz de completar.
Alexandre, o Grande, conquistou o ocidente e morreu aos 30 anos de idade. Venci Alexandre em 2010. Ano que vem, eu chego à idade de Chopin. É interessante pensar em como deixamos essas coisas passar sem comemorar, sem enxergar grandiosidade desses fatos.
Frederic Chopin nasceu em uma aldeia pequena da Polônia, chamada Zelazowa Wola, em 1810. Compôs pelo menos 74 Opus (obras que recebem numeração) e morreu aos 39 anos. Se compôs a primeira aos 15 anos, foram menos 3 por ano. Dizem que odiava tudo que fosse lento.
Venço esse homem ano que vem.
Alguns cuidados iniciais.
Eu vejo que muitas pessoas têm dificuldade de separar Geburah e raiva. Não são a mesma coisa. Geburah não é destrutiva. Pelo menos não mais do que qualquer outra esfera isolada. (Vocês não querem experimentar Chesed sem a restrição de Geburah.)
Meu filho pediu que eu enchesse um balão. Buscou a canetinha do estojo do colégio. Desenhou um rosto e escreveu o próprio nome no balão. Ele me disse que iríamos brincar de esconder, e eu não saberia qual era o balão e qual era ele.