Tacando a Real: Ancestrais

Ancestrais. Aqueles que vieram antes de nós. Pais, mães, irmãos, avós e outros. Reverenciados, mesmo quando são uns cuzões.

Mas porquê?

Porquê prestamos homenagem a gente abusiva, incompetente e inútil que só faz atrasar a vida?

Claro, você, caro leitor, pode ser um desses poucos abençoados com uma família de comercial de margarina.

Mas acima de 70% dos estupros (especialmente de crianças) acontecem dentro de casa*, e não é pequena a conta de quantos são os que tem um “tio estranho” ou um “pai que quando bebe vira o inferno”.

Então, porquê raios todos ordenam que respeitemos esses seres acima de qualquer coisa, lhes prestemos homenagem e – em alguns casos – literalmente nos curvemos a eles?

Vamos explorar alguns exemplos, e daqui a pouco falo do porquê (magístico) por detrás disso.

É sempre comida que se oferece, já perceberam?

É Geral

“Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor,o teu Deus, te dá” (Êxodo, 20:12)

“Os nossos deuses são Ancestrais divinizados” (um pai de santo de Candomblé)

“Todos os pais são perfeitos. Fizeram tudo certo ao passar a vida adiante. Transmitiram o que receberam. Desse ponto de vista, só existem pais perfeitos.” (Bert Hellinger, Constelação Familiar)

“Ancestrais e Antepassados assentados nesse santuário, a vós dirigimos nossa mais profunda gratidão”

E tantos outros. Não há quase sistema de pensamento ou religião que não diga que o pai, a mãe e a família em geral são extremamente importantes e primordiais a vida do ser humano, e especialmente a sua saúde, doença, prosperidade e miséria.

Fica a pergunta: São total e completamente ignorantes, ou apenas não falam de algo que é proibido falar?

É claro que é a segunda opção.

Oink

A Vida Física

Todo ser encarnado nasce de outro ser encarnado. Ainda não é uma realidade espiritual de nosso orbe, a materialização simples e direta.

Isso tem motivo.

Os Portais do Mundo Físico foram dados aos mortais.

Entendamos.

Mas antes, um aviso: O que é Sabido, as vezes, não pode ser Esquecido. O que for Visto nem sempre pode ser Desvisto. E alguns conhecimentos, por sua mera existência, ofendem seres diversos.

O que eu falo nesse texto ofende a quase todo Ancestral que existe. E não pode ser apagado da mente, pois é um conhecimento visceral da alma. Então, se você, caro leitor, quiser evitar problemas com seus Ancestrais, abra mão de ler e se refugie na ignorância.

Já se resolver seguir em frente, o faz por conta e risco próprios. Vamos a isso.

O Plano Físico se distingue da maior parte dos planos da existência por um fato simples: Aqui não simplesmente “se surge”. Quem morre no plano físico facilmente surge no Plano Astral, sem necessidade de pai ou mãe. Quem é encantado simplesmente surge nos planos de Encantaria. Quem cai nos Abismos surge neles já pronto, mais das vezes (há exceções). E assim em diante.

No Plano Físico, não. Existe um “sistema” para se habitar esse plano.

Ou, ao menos, o Plano Físico que nós conhecemos.

Super normal morrer e acordar inteirinho em outro lugar. Porquê quando encarnamos é diferente?

Dois Planos Físicos

Quem conhece de hermetismo e pratica contato com os Elementais, sabe que são seres que habitam um mundo próprio. O plano (ou “sub-plano”) etérico é um mundo como o nosso – diferente do Plano Astral, não é construído pelos desejos e quereres daqueles que o habitam, mas por regras claras e gerais expressas a partir da vontade da divindade criadora desse plano.

Alguns a chamam de Gaia, outros dão outros nomes. Isso não importa. 

Importa que ocorre de essa ser a mesma divindade que cria a base física material (a matéria, energia, física, átomos, partículas e outras coisas que a ciência adora) do nosso mundo humano.

Em certo nível, podemos dizer que o Plano Físico humano é um pedaço afastado do Plano Elemental, e não o oposto.

Ao mesmo tempo em que também é um pedaço afastado do Abismo. Dos mundos kármicos e dharmicos. Dos planos da Dualidade. E assim em diante.

Mais especificamente, o mundo em que vivemos é um mundo presente em uma grande reunião (ou Encruzilhada) de diversos planos de existência individuais, cada quais com suas próprias regras e tratamento dos seres mortais que os habitam.

E uma das características dessa Encruzilhada em que vivemos é a presença intensa de sistemas e “formas das coisas acontecerem”.

Alguns muito antigos, muito profundamente ligados ao que todos os seres vivem, para que sejam facilmente removidos ou alterados.

Um desses sistemas é a Ancestralidade.

O poder da perseguida

Os Portais da Vida Física

Uma das principais características de estarmos em uma enorme “Encruzilhada de Planos da Criação” é que nada chega ao Plano Físico sem estar acompanhado de elementos de “outros mundos”.

O Plano Físico puro, sem influência de outros planos, não comporta coisas como o pensamento humano, as emoções como as sentimos ou outras características do tipo.

Aos que já experimentaram o Plano Etérico, tiveram contato com Gennius Locci ou outros tipos de inteligência puramente “física”, facilmente compreendem o que quero dizer.

Acima de tudo, é muito fácil para elementos outros que não os puramente físicos se tornarem centro da Consciência e Personalidade humanos.

O senso de identidade, a construção complexa da personalidade, a ideia de civilidade e todo tipo de produção cultural humana são elementos que surgem em outros planos da realidade, se manifestando no plano físico mas não surgindo dele.

E para se manifestarem, necessitam de um Portal.

Esse Portal é conhecido como o Sangue.

Ou vocês acham que sacrifício de sangue (menstrual ou não) serve só para dar tesão em trevoso ?

O Sangue e a Hereditariedade

O Sangue nada mais é que um Portal Vivo. É a entrada e saída dos espíritos para a encarnação, mas também das ideias, pensamentos, emoções, vivências e experiências todas e diversas que vem de outros planos de realidade, se manifestando na carne.

Quando temos uma projeção astral, a memória da mesma só chega ao Plano Físico por meio do Sangue.

Quando vemos algo com nossos sentidos astrais e mediunidade, esse algo só chega ao Plano Físico por meio do Sangue.

Quando sentimos os fluxos do destino, percebemos oraculias, temos visões, profetizamos, recebemos Intuições ou temos contato com seres não-físicos – tudo isso depende do Sangue, e muito mais.

E caso nosso Sangue seja reconhecido como algo que é criado, mantido e gerado a todo momento pela divindade criadora do Plano Físico, podemos manter esse portal relativamente protegido.

O problema, contudo, surge quando o Sangue fica nas mãos de outras pessoas. E isso é a grande praga que assola muitos hoje.

O senso comum moderno diz que, só por se compartilhar o DNA, naturalmente se forma uma “família” entre aqueles que o fazem. Isso é introjetado, não natural.

O Estabelecimento do DNA e a Entrega do Sangue aos Mortais

O Sangue, em termos Espirituais, não depende de nossos pais.

Ele não é gerado por eles, não é mantido por eles, e suas características essenciais são voltadas ao cumprimento do nosso objetivo mais íntimo para encarnar, aquilo que nos atraiu a vida física e nos permitiu sermos abraçados pela divindade criadora do plano físico.

Contudo, quando o Sangue em termos espirituais é fortemente associado a hereditariedade – quando se assume que o Sangue que temos vem a nós não diretamente do Divino, mas sim de nossos pais e mães, e deles de nossos avós, e assim em diante, nos tornamos susceptíveis a uma intensa Ilusão – a Ilusão de Ancestralidade.

Para a nobreza, círculos de elite e poder hereditário de nosso mundo, essa sempre foi a norma.

Contudo, foi a partir da descoberta do DNA e da hereditariedade física que essa ilusão achou espaço mesmo entre as massas mais ignorantes – pois onde antes filhos eram atos do divino, e a vida uma bênção divina, se firmou a ideia de que filhos são escolha, vem de e estão sob o poder de seus pais.

Essa grande entrega do Sangue de cada um a Ilusão de Ancestralidade, ainda que seja já algo comum a muitos milênios entre os ricos e elites, se tornou comum mesmo entre os pobres e depauperados.

A consequência: Gente que não foi preparada, não foi educada e não foi doutrinada no trato de seus filhos a partir dessa Ilusão, recebeu tal poder. E assim tivemos um espalhamento intenso de depressões, adoecimentos e enlouquecimentos por conta de Ancestralidade.

Para entender melhor, vamos ver mais a fundo que é essa Ilusão, e como ela funciona.

As Yamin tão vendo esses Ancestrais alvoroçados

Dissecando a Ancestralidade – A Anatomia das Entranhas

O único e principal poder da Ilusão de Ancestralidade é o furto.

A ilusão de Ancestralidade furta o Sangue dos indivíduos, se colocando entre eles e a divindade.

Tudo que passa pelo Sangue, vindo a ele ou dele saindo, passa antes pelos Ancestrais.

Os Ancestrais, assim, se tornam canais (mais das vezes desnecessários) do Sangue entre os descendentes e a divindade.

Mas, o que são os Ancestrais? E por que fazem isso?

Bem, antes de mais nada, Ancestrais são uma Ilusão – parecem ser uma coisa, mas não a são.

Eles parecem ser os Portais da Vida, os canais pelo qual o espiritual chega ao físico, e aqueles que possuem a missão divina de trazer a divindade a seus descendentes.

Muitos cultos procuram criar essa imagem dos Ancestrais.

E isso cai por terra ao testarmos tais Ancestrais, sua elevação e conexão com o divino. Há entre eles ateus, abusadores, dentre outras coisas.

Ao invés, Ancestrais são, antes de mais nada, uma mistura de quatro elementos – Filtradores Espirituais, Impressões Psíquicas, Desejos Insatisfeitos e Contratos Temporais de Grupo.

Se os que estão contigo estiverem rezando, tu já está acima da média.

Filtradores Espirituais

O primeiro e mais intenso elemento da Ancestralidade é a presença de um Filtrador Espiritual – um ser que, de fato, é aquele que se coloca dentro do Sangue de um indivíduo, entre ele e a divindade.

O grupo de indivíduos tomados pelo mesmo Filtrador Espiritual forma a base verdadeira de uma Ancestralidade, e o domínio por sobre esses Filtradores é a base de quase todo culto (responsável aos Ancestrais).

Há Filtradores de diversos tipos. Há aqueles parasitas, há aqueles doutrinadores, há aqueles insanos e há aqueles que são mais benéficos que maléficos.

Os frequentadores de um culto de candomblé sério, ou cristãos consagrados pelo casamento por um sacerdote devidamente conectado e agraciado pela presença do deus cristão, terão colocados em si um filtrador pelo divino – que irá tomar os Sangues ordenados e formar a base do que chamamos “família”.

Esses seres gerarão tanto a sensação de “unidade” e “grupo íntimo” naqueles que o compartilham, como de fato criar e regular espaços de trânsito espiritual entre cada um deles, por meio do Sangue. Criam um verdadeiro “corredor espiritual” entre aqueles sob seu cuidado.

Esses Filtradores irão de fato impedir ou facilitar o contato dos membros daquela roça, congregação ou família com o divino, mas o farão (espera-se) com o objetivo de guiar cada membro daquele grupo a uma vida plena e feliz.

Sangue de Bruxa que chamam, né?

Não permitirá a criação de Ancestrais doentios, estabelecerá limites as interações entre os membros da família (por exemplo, levando membros abusivos a retificação de suas atitudes ou a morte) e eliminará possíveis Filtradores Parasitas que busquem tomar a família ou grupo familiar para si.

A esses seres, faz sentido e é verdadeiro o culto aos Ancestrais.

Contudo, não é essa a norma.

O que vemos de mais comum, hoje em dia, é a presença de Filtradores Parasíticos. Em boa parte dada a ideia de que família é uma estrutura biológica – definida pelo compartilhamento de DNA, e não por outros meios.

De fato, é a definição de que “família” são aqueles membros que compartilham entre si DNA que abre espaço para a presença de estruturas familiares extremamente abusivas, normalmente definidas pela presença de Filtradores Parasitas.

Dizem que “praga de mãe pega” né…

Impressões Psíquicas

As opiniões fortes e intensas que formamos quanto a algo ou alguém, e especialmente as opiniões que formamos quanto a nossos pais, irmãos e família próxima, aquelas vindas após eventos de intensa felicidade ou intensa tristeza, traumas ou outros eventos similares, costumam ser muito intensas e duradouras.

Essas opiniões, quando jogadas no Sangue e na presença de um Filtrador Espiritual parasítico, amebóide ou de outra maneira passivo ou perverso, conseguem chegar ao interior de cada um dos membros do grupo familiar, pelo mesmo Portal por onde adentram Intuições, Pensamentos e Emoções próprias, vindas dos próprios corpos espirituais ou do divino – gerando uma forma de obsessão extremamente intensa, onde dificilmente se consegue distinguir o que é meramente a opinião perversa, depressiva ou traumatizada de algum membro da família do que é uma mensagem, intuição, inspiração ou pensamento espirituais – próprios ou vindos do divino.

Quando um Filtrador Espiritual gera o compartilhamento constante de tais impressões, começam a se formar, no interior de cada um e de todos os indivíduos tomados por ele, imagens, aglomerados e uniões de tais opiniões e impressões.

Quando vistos por um observador externo, estes aparecem normalmente como grandes nuvens cheias de faces e bocas.

Quando vistos por alguém imerso nessa ilusão, se mostram com formas como a de um membro importante da família, como o pai, a mãe, irmãos ou outros.

Estes são os Ancestrais.

Claro, a versão perversa e doentia deles, gerada por um Filtrador Espiritual parasita ou oportunista.

Quando um Filtrador Espiritual adequadamente “doutrinado” se fixa na família, as impressões psíquicas são naturalmente transformadas, selecionadas, dissolvidas ou reforçadas segundo o que for o intento do Filtrador.

Só o melhor da família. O bom humor da tia, a felicidade da irmã, o bem-estar da mãe e a tranquilidade da avó. Em teoria uma boa Ancestralidade só traz bênçãos.

Assim, um Filtrador Espiritual obtido por meio da presença nos cultos da Igreja Messiânica, por exemplo, irá destruir impressões psíquicas de traumas, doenças e depressão – ao mesmo tempo em que reforça impressões psíquicas positivas, doutrinadas e benéficas ao crescimento espiritual daquele a quem esse Filtrador se conecta.

Quero uma casa. Preciso de uma casa. Não sou ninguém sem uma casa. Ela tem que ter oito quartos e três banheiros, um portículo oval e cheiro de banana madura. Vou viver para conseguir essa casa. Mas para quê preciso disso mesmo? E porquê sinto aperto no peito, dor nas costas e peso nas pernas quando me pergunto se realmente quero?

Desejos Insatisfeitos

Por vezes, um ou mais membros da Ancestralidade terão tão intensos e fortes desejos e vontades que, caso os mesmos adentrem a Ancestralidade, podem se romper da pessoa (especialmente caso ela acredite ser impossível obter o que deseja) e passar a parasitar a Ancestralidade a partir de seu interior.

São como pequenos parasitas que se formam dentro dos Filtradores, e a presença de tais desejos intensos em uma pessoa impedem, mais das vezes, que Filtradores Espirituais “doutrinados” e que sirvam algum propósito divino possam ser colocados naquela pessoa.

Por outras vezes, Filtradores Parasíticos são atraídos ou mesmo escravizados por tais desejos intensos, sendo usados como ferramentas ou escravizados por esse desejo.

Esse elemento nem sempre está presente em uma Ancestralidade, mas denotam um quadro onde a mesma tem de ser quebrada, e um de seus membros excluído da mesma, quando apresenta esse risco aos demais.

Quando há demasiado apego a família e essa quebra não ocorre, o excesso de intensidade e a falta de limites de tais desejos excessivos levam a opressão, domínio e destruição da psiquê, mente e emoções de todos os membros de uma Ancestralidade.

Nessa família você vai assumir para si os desejos e crenças dos seus pais, não ter mediunidade até os 80 anos de idade e virar advogado. Se falhar a gente te bate, se quebrar as cláusulas de vez você morre. É pegar ou largar. Sim, temos uma casa de praia e duas ferraris. Sim, você vai ser filho único. E aí?

Contratos Temporais de Grupo

O último elemento que constitui uma Ilusão de Ancestralidade, chamei de um Contrato Temporal de Grupo.

Ocorre da seguinte maneira: Quando já há um grupo estabelecido enquanto “família” (ou seja, com um Filtrador Espiritual já presente no mesmo), e um espírito deseja encarnar nessa Ancestralidade, é necessário que aceite as leis e regras estabelecidas por esse Filtrador (normalmente mascarado como a “vontade da família”, do “patriarca” ou da “matriarca”) para pertencimento a tal família.

Caso não haja aceitação, os Portais são fechados, e qualquer gravidez ou outra maneira de encarnar se torna infrutífera.

Tais Contratos normalmente incluem um limite de Tempo, e se localizam no Akasha – são uma determinação realizada Temporalmente, indicando que, naquele Tempo e naquela Família, só se pode adentrar com aquela Aceitação.

São especialmente difíceis de se trabalhar, pois mesmo que o Filtrador presente na família no momento do nascimento seja substituído, o Contrato em si não necessariamente o será.

Também não é algo que a maioria dos vivos (ou dos mortos) tenha ciência que existe. Por isso tanta gente vem encarnar cheia de planos gloriosos de redenção espiritual (sim espíritos espíritas “especialistas em reencarnação”, estou olhando para vocês), e acaba preso em um loop eterno de trabalho e crenças limitantes.

Vou pagar de profissional de educação aqui e ver se os Ancestrais me ignoram que nem normalmente mandam se ignorar qualquer coisa que tenha a ver com escola e academia.

Ou Seja

Vivemos atualmente uma situação onde todo contato dos seres humanos com aquilo que não seja imediatamente físico é limitado por seres parasitas que possuem pleno acesso ao mais íntimo de cada um de seus dominados.

Isso é uma consequência de se associar e se tornar Senso Comum que alguém pertencerá a um grupo primariamente espiritual e místico (a “família”) a partir da mera associação de DNA e nascimento físicos.

É ainda o mecanismo pelo qual muitos grupos e sacerdotes muito mal intencionados, ao conhecerem os meios e métodos de domínio do Sangue, obtém enorme acesso a outras pessoas, chegando ao ponto de lhes tomar e dominar toda vida física.

Mas, então, qual saída?

Eu te faço meu Servo. Agora quem manda sou eu.

Opção Um – Substituição

Não é porquê algo é uma ilusão (não é o que parece) que é inútil.

A Ancestralidade, quando bem trabalhada, é uma ilusão extremamente útil quando estamos falando de desenvolvimento mediúnico, estabelecimento de família e lar, e manutenção da sanidade e bem-estar de um grupo de pessoas ligadas de maneira íntima.

Só quem já viveu com um médium com mediunidade descontrolada para saber a diferença que faz ter alguém para “acalmar o leão na hora do aperto” ou não.

Então, a primeira solução para o problema da ilusão abusiva de Ancestralidade é “meramente” trocar de Ancestralidade.

Ache uma igreja diferente daquela que seus pais frequentem (pode ser da mesma religião, mas com um sacerdote e comunidade diferentes), com um bom sacerdote nela, e seja batizado novamente.

Faça a cabeça no candomblé e troque seus pais e família “originais” por um pai ou mãe-de-santo que saibam como e tenham efetiva capacidade de te tornar “filho” ou “filha” deles, substituindo sua família social por eles.

Entre para Igreja Messiânica e deixe que seus Ancestrais sejam jogados no Altar para serem purificados e “libertos de seu sofrimento”.

Ou ache um bom exu ou pombagira da linha das Almas para que eles resolvam os Ancestrais para você.

Há muitas maneiras, dentro dessa opção.

Mas há outras opções também.

Opção Dois – Transformar a Ilusão

Pode-se obter razoável maestria no trato com essa ilusão, assim se alterando os aspectos da própria Ancestralidade.

Claro, isso exige muita ousadia, e normalmente será impossível para a maior parte das pessoas.

Afinal, os Ancestrais possuem o Sangue de cada um dos seus nas mãos. É muito fácil que impeçam que sejam alterados, ou até mesmo que levem à morte daquele que ousa.

Contudo, há métodos. A Constelação Familiar de Bert Hellinger, por exemplo, é um desses métodos que busca dar às “pessoas comuns” a capacidade de alterarem suas próprias Ancestralidades “de dentro”.  Com suficiente alterações e trabalho com os Ancestrais, no adequado espaço energético e mágico (mesmo que oculto pela guisa de “campo mórfico”), é possível se dissolver Impressões Psíquicas, encaminhar para fora do Sangue os Desejos Insatisfeitos, e até mesmo substituir o Filtrador Espiritual presente em uma Ancestralidade.

Outra maneira envolve o uso de forças como o Johrey, disponibilizado pela igreja messiânica (sim, o negócio funciona, fiquei surpreso também!).

O único problema é que, para esconder o que se está fazendo e não ser atacado pela Ancestralidade, normalmente é necessário se assumir postura completamente desempoderada e submissa – daí a necessidade de todas as provas de submissão aos Ancestrais e todo o discurso de gratidão. Incluindo curvar as próprias costas àqueles que lhe abusaram, usaram ou estupraram.

Uma opção não tão útil para a maioria.

– Aí ela falou “você vai ser advogado ou vai morrer na sarjeta!”
– Que loucura cara!
– Pois é, já me imaginou trabalhando no escritório do meu pai? Sou pobre mas sou feliz. E tem bastante arroz no templo também.

Opção Três – Abandonar a Ilusão

Normalmente presente na maior parte das religiões como a “via monástica”, abandona-se a Ilusão de Ancestralidade ao se remover o Filtrador Espiritual do próprio Sangue, ligando o mesmo diretamente a divindade.

Isso, contudo, torna o ser extremamente próximo da divindade, e também extremamente sensível a influência espiritual.

Não só isso, como ainda é possível que, perante uma fuga ou busca de se escapar da vida monástica, filtradores espirituais parasíticos se fixem ao Sangue do indivíduo, ou que sua reentrada na antiga Ancestralidade a que pertencia seja repleta de punições, tentações e tormentos – de onde é considerado tabu ou muito arriscado se voltar a “vida terrena” depois de se “cortar os laços com a matéria”.

Ah, aquela sensação conhecida de se perguntar se os seus pensamentos, desejos, opiniões e princípios são seus mesmo ou vindos de seus pais. Ou de um ser espiritual maior que exige que você os tenha para se sentir filho dos seus pais.

O Problema

Quando falamos da Ancestralidade, falamos também de algo que muitas vezes confundimos conosco mesmos.

A lembrança nítida da voz ou do cheiro de alguém.

Memórias antigas que já teriam sido a muito destruídas pelo tempo, caso não estivessem cristalizadas.

Conceitos, opiniões, conhecimentos e saberes “instintivos” e outros que “correm na família”.

Há muito que se estabelece dentro das Ancestralidades. Para conseguirmos trabalhar com a primeira opção, temos de estar preparados para trocar nossas famílias por outra família. Abandonarmos nossos pais, mães, tios e avós. Aqueles com quem tivemos muitos anos de história, e que conhecemos “desde sempre”. Que, muitas vezes, são as bases da nossa personalidade e visão de mundo. E então, os substituirmos por outros, desconhecidos.

Para usarmos a segunda, temos de ter ousadia e flexibilidade suficiente para mudar esses mesmos aspectos. Nos curvarmos a sua autoridade, e, ao mesmo tempo, substituirmos e subvertermos sua constituição íntima – mesmo que lhes agraciemos como superiores e perfeitos.

Já para a terceira, é necessário imenso desapego e entrega. Pois a presença divina de fato supre tudo e mais do que qualquer Ancestralidade pode suprir – mais ainda é andar em êxtase, e abandonar a presença dos mortais para estar na presença da divindade.

Não sinta Cringe. Se torne o Cringe. Ajuda a acalmar os ancestrais que mandam esse tipo de mensagem no Whatsapp também.

Conclusão

Trabalhar com Ancestralidade não é fácil. Mas, para alguns, é imprescindível. Te desejo sorte, leitor ou leitora ousados, que não possuíam esse conhecimento antes – mas agora possuem.

Bom caminho, e boa jornada.

*dados: https://soudapaz.org/noticias/globonews-e-g1-em-sp-83-dos-estupros-de-vulneravel-durante-pandemia-ocorreram-dentro-de-casa-aponta-estudo/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2019-05/mais-de-70-da-violencia-sexual-contra-criancas-ocorre-dentro-de

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