
Esse é um texto atualizado em duas partes Veja a Parte 2 Aqui. Reforma os seguintes textos : Os Chakras, uma visão Holística e O Que Está Dentro e o Que Está Fora
Muito se fala dos corpos sutis humanos, como se não se comunicassem entre si.
Claro, sempre que vemos um texto desses alguém vem e fala “mas isso é didático, é tudo um”. O problema é que raramente levamos isso em conta. Mais do que comum é nos vermos dividindo os corpos e ignorando as relações entre eles.

Por isso, para ser um pouco diferente, falarei aqui da minha experiência com os diversos “corpos sutis” humanos (e não-humanos) e não só sua interconexão, como também seus efeitos uns nos outros.

Comecemos.

Ordem e Substância
Todos nós conhecemos o Corpo Físico. Ou achamos que conhecemos. O Corpo Físico já foi considerado por muitos como sendo a matéria que nos reveste, mas isso não é sequer aceito pela biologia.
Ao invés, essa matéria é um sistema de produção de energia e mudanças na própria estrutura, como por exemplo quando produzimos ATP através do metabolismo, e depois quando gastamos seu potencial energético através de contrações musculares ou coisa similar.
Assim, o Corpo Físico é uma mistura de vários elementos, cada qual com sua função específica, mas que podem ser sumarizados em elementos materiais e elementos organizacionais.
Os elementos materiais do corpo físico são os átomos que o compõe. Esses mesmos possuem sua própria organização interna, então talvez pudéssemos dizer que a verdadeira constituição física humana está nas partículas fundamentais que o constituem.
Deixemos a física quântica de lado um pouco, pois já temos “quânticos” demais no mundo, e consideremos que partículas fundamentais não são uma relação de energia e velocidade dessa energia… por efeitos de conveniência. O que importa aqui é o significado geral, não a verdade única do universo.
Ah sim, e já que falei da verdade única, acho que vale a pena sumarizá-la: O bagulho é loko. Tudo é substância e ordem em um sistema orgânico, e essas mesmas são, em última análise, algo espiritual que não dá pra classificar com a mente humana.
Ok, continuemos. Temos ali a substância humana, os átomos, a massa de matéria que os compõe.
E temos a ordem que ela segue.
Quando falamos de “energia” estamos na verdade quantificando e qualificando as mudanças que ocorrem dentro de um sistema de substâncias.
Voltando à física quântica, “tudo busca seu estado de menor energia” pode ser entendido como “tudo que existe busca estabilidade”.
Um átomo de hélio “busca” se tornar um átomo de ferro por meio de fusão nuclear, assim como um átomo de rádio por meio de fissão. Isso porquê o ferro é tão estável que é quase impossível decair naturalmente.
Para descrevermos como essa “busca” se dá, e também explorar os mecanismos dela sem depender de dar a ela uma consciência e uma vontade intrínsecas que são totalmente subjetivas, observamos o que essas coisas geram ao seu redor, e chegamos a percepções interessantíssimas onde cada coisa está presente em um grande “tecido” do espaço, e onde vai para um lado ou para o outro dependendo de como interage com ele.
Assim, em sumário mais extremo, “energia” não existe. Existe a substância, existe sua ordem, e existe a mudança constante dessa ordem segundo certas condições para que essa mudança ocorra.
Ideia estranha ao esotérico, a de que “energia” não existe. Contudo, em sua base mais extrema, é isso mesmo que ocorre. A luz é uma série de ondulações eletromagnéticas, que em sua origem são movimentos no campo eletromagnético… que nada mais é que a substância em si sendo reordenada.
O mesmo com a eletricidade. Ela é um movimento de elétrons de um lugar onde tem muitos deles para um lugar que tem poucos deles. Podemos explicar com as palavras que forem. Que são potenciais elétricos, que é atração ou repulsão de cargas… mas em sua base são as características fundamentais de como a substância está organizada e como essas características implicam em mudanças nessa ordem com o tempo, assim como o local onde está a substância.
No fim, a física moderna mesma já chegou a essa ideia. A noção de que “informação” é tudo que existe passa por isso.
Pois bem. O mundo é constituído de Substância e Ordem… ao menos ao nível do plano físico.
Existem locais onde não há causalidade, onde não há tempo nem espaço, e onde o que poderíamos chamar de “caos” é o que existe. Mas isso não convém falar agora. Estamos falando de humanidade, não é mesmo? E humanidade no corpo físico, além de tudo. Bem limitado.

Corpo Físico
Assim o sendo, o Corpo Físico é composto da Substância organizada em um espaço tridimensional e em uma linha temporal bem reta e cartesiana. Assim também o é com o Plano Físico.
Contudo, esse corpo além de seguir essa ordem, também se conecta com os demais. Há pontos onde o Plano (ou Universo) físico conecta com outros Plano (ou Universos), e nesses pontos mudanças “inexplicáveis” parecem ocorrer.
Mudanças como a presença da mediunidade, ou efeitos físicos como materialização de entidades. Infelizmente não cheguei ainda ao segundo caso, mas estou me aproximando, hehehe.
Esse tipo de mudança normalmente é relacionado a “energia”. A “aura” é um tipo de “bioenergia” produzida pelo corpo físico quando as reações químicas das células produzem pequenos campos eletromagnéticos, e assim em diante.
Contudo, em uma visão bem básica, o que ocorre é que são momentos onde a Ordem física se conecta com a Ordem em outros níveis (ou até com o Caos, em raríssimos e perigosos casos).
Esse é o Corpo Físico – um corpo de Substância que segue certas regras (Ordem) e que as tem muito rígidas e com pouca permeabilidade para com outros tipos de ordem. É bem difícil – relativamente – permear a Ordem física com outras formas de Ordens que alterariam a substância fora do que se espera no físico. Mas é possível.

O Corpo Mental
Talvez alguns se surpreendam de eu não ter passado para o “corpo astral” após o físico, mas isso se tornará claro em breve.
O assim chamado Corpo Mental constitui um local que a Consciência pode acessar e que não está presente na Ordem física. Ele é tão rígido em seus limites quanto o plano físico, dificilmente sendo alterado, mas temos que tomar cuidado para não considerar que o Plano Mental é a nossa “mente” no sentido de nosso cérebro e pensamentos.
Não é. Há os pensamentos físicos, vindos do cérebro e totalmente “reacionais” (uma resposta fixa para um estímulo fixo) e as “intuições” ou “revelações” vindas do Plano Mental – que advém contra ou alheias às físicas.
Nós normalmente não controlamos nosso Corpo Mental, pois nele não há a presença do Ego enquanto uma “cola” que une todos os pensamentos por meio da identificação deles como algo “meu”.
Ele é como um grande espaço que tem alguma unidade, mas perceber o próprio Corpo Mental dá uma sensação bem nítida de não ser você – de ser um universo que você consegue relacionar por causalidade (existe alguma lógica para as coisas estarem onde estão nele, algo relacionado a tempo e ao espaço mental), mas que não vemos como “nosso”.
Esse é o primeiro erro da maior parte dos ocultistas modernos. Considerarem que o Corpo Mental é algo que, ao acessar, você verá como “você”, como “sua mente”. Não é. A sensação que ele passa ao ser acessado é a de entrar em um mundo de memórias e recordações, de ideias e pensamentos que não são seus mas estão conectados a você por fios do que se poderia chamar “karma” (causalidade).
Logo, talvez ao invés de dizer “Corpo Mental Humano” talvez devêssemos dizer “Corpo Mental ao que o Humano está Conectado”.

Os Corpos Intermediários
O Corpo Mental se conecta diretamente ao Corpo Físico, mas nesse processo ele passa por diversas camadas de outros “Universos” ou “Ordenações” que são mais ou menos influenciadas por ele e pelo próprio Corpo Físico.
Chamam-se esses planos de muitos nomes. Encante, Plano Astral, Morada dos Mortos, Céu, Inferno, Mundos Puros…. cada um tem uma Ordem própria, e nem todo mundo acessa todos eles.
Na realidade, muitos deles jamais são acessados pelo ser humano comum. Iniciações servem antes de mais nada como maneiras de criar uma ponte entre o Corpo Mental, às vezes também o Corpo Físico, e um certo Universo – permitindo assim que o ser acesse esse Universo – seja por meio de seus Pensamentos físicos ou por meio de seu Corpo Mental.
E nesse ponto algo interessante se mostra: O Corpo Mental não dá a sensação de “pensar”. Ele possui uma estrutura e uma forma de funcionamento parecidas com o do “pensamento” em certos níveis, isso é – quando há um estímulo, ele muda. Mas quando isso ocorre não temos a sensação de estar pensando.
A sensação dos “pensamentos” Mentais é como a de que algo no Universo mudou. Normalmente se expandiu, pois o Corpo Mental não possui limites e não costuma deletar coisas antigas para colocar novas no lugar.
Também não muda o Corpo Mental conforme qualquer ação que realizemos no Plano Físico, apenas gravando ele o que fazemos como memórias em um grande arquivo de “memórias de vidas”. Essas podem ser acessadas por meio de regressões e similares, e acessar as “memórias de vidas” das vidas que você teve (também é possível acessar a de outras pessoas) é a base para se conseguir acessar Vidas Passadas.
Apenas “Iniciações”, coisas que trazem novos Elementos ao Corpo Mental geram nele mudanças capazes de trazer alguma mudança mais global no ser humano, e a sensação delas é a de “renascer” no sentido de que “tudo fica diferente” depois da Iniciação verdadeira.
Iniciações que não geram esse tipo de mudança são tão somente iniciações menores, relacionadas a permissões para acessar certas egrégoras ou espaços energéticos e ganhar poder sobre coisa tal ou qual. Mas a “Iniciação” que estou chamando de “verdadeira” é aquela que gera uma mudança qualitativa no Corpo Mental da pessoa, e a sensação é deliciosa quando ocorre – um de facto “renascer” onde nada mais era o que parecia e um novo elemento aparece no mundo do ser.

Planos Intermediários
Não faz sentido para mim falar do “Corpo Astral” de alguém porquê, por mais que esse seja um “Corpo” gerado no ser meramente por ele estar encarnado, ele não é o único nem o mais importante dentre todos os demais que falarei.
O Físico é importante porquê você e eu estamos encarnados. Mas nem ele é importante para muitos seres, sendo totalmente desprezível. A única coisa que um Texto pode trazer de importante é a visão do Plano Mental.
Ainda assim, falar nesses níveis vai nos levar eventualmente a “nada é importante senão os deuses”, seguido de “nada tem importância”, e esse tipo de coisa é viagem na maionese demais para um texto instrutivo.
Já os Planos Próximos são tais ou quais que muitos seres humanos jamais os experimentarão. Há locais onde há um Plano Astral conectado ao físico, mas há locais no físico onde nenhum Plano Astral se conecta. Há locais onde há um Encante (mundo da encantaria, das “criaturas fantásticas” como dragões, sereias e o boto comedor de filha dos outros) conectado, e há lugares onde não há.
Há pessoas que possuem Corpos Astrais bem definidos, e há pessoas cujos Corpos Astrais são quase embrionários. Há pessoas que ao “virarem” na Encantaria se tornam fadas, sereias ou mapiguaris, e há pessoas que não conseguem acessar o Encante – não tem Corpos naquele mundo, ainda que por meio da Iniciação possam vir a ter.
Por isso chamo esses planos de Planos Intermediários – pois são Planos entre o Físico e o Mental que se conectam de alguma forma a um dos dois (ou aos dois, como no caso dos planos astrais e do encante) e que podem ser explorados com objetivos tais ou quais – mas que no fim das contas são irrelevantes para o crescimento espiritual, exceto caso você tenha algo para ir fazer lá. Nesse caso, as portas desses mundos se abrirão naturalmente.

Divisão Medicinal das Camadas
Em uma visão mais ligada a Terapia Holística, por sua vez, faz sentido falar dos corpos “energéticos” dos seres pois esses estão ligados a sua saúde física – seja neurológica, endócrina ou anatômica.
Coisas como uma deformidade advinda de um dano extenso ao Corpo Astral de alguém que o possua em uma camada dos diversos Planos Astrais que esteja muito próxima ao Plano Físico pode gerar danos ao Corpo Físico.
Lembra quando os hermetistas falavam que Viagem Astral era algo muito perigoso, que o Plano Astral era um plano de Ilusões e Erros, e que os Mortos não existiam de verdade, apenas “Cascões Astrais” ?
Isso existe de fato, mas são apenas camadas do que hoje entendemos como Plano Astral – camadas extremamente próximas da matéria, classificáveis até mesmo como pertencentes ao “Plano Etérico” (um Universo não-físico que, contudo, está extremamente próximo do plano físico).
Nesse tipo de plano, de fato, é quase impossível a um ser permanecer “morto” por muito tempo – e a maioria que fica alí está presa ao próprio corpo, apodrecendo debaixo da terra. Muitas entidades na linha do Cemitério (como os Exus Caveira, os servos de Hades, Exus Veludo, Psicopompos em geral, etc) lidam com essa camada da existência que ninguém decide se está mais pro físico ou pro astral.
O interessante é que é uma camada por meio da qual facilmente se acessam os “Universos” (ou “Reinos” ou “Planos”) Elementais, que trabalham muito naquela faixa de existência extremamente próxima do físico, mas que ainda não é física ao ponto de chamarmos de físico em si.
Um hermético que inicia seu trabalho espiritual tendo contato intenso e constante com Elementais, aprendendo a comandá-los ou a ouví-los, e que eventualmente consegue sair do seu Corpo Físico em “alma” (em uma espécie de “Corpo Elemental”) e visitar os Reinos Elementais de fato acabaria achando que o Plano Astral é só isso mesmo – o mundo etérico. Então perdoemos os “erros” dos herméticos do passado com seus constantes avisos sobre os mortos e a mediunidade serem besteira – pois na faixa sutil onde trabalhavam, eram mesmo.
Ainda é possível sair em Projeção Astral com o que hoje se chama de “Corpo Astral” (um dos corpos sutis gerados naturalmente pela presença de um cérebro ativo) e conseguir acessar planos como o Plano Etérico e o Plano Elemental. Mas a pessoa parecerá, aos habitantes desses planos, como uma espécie de “fantasma”. Não será feita da mesma “substância” que eles e muitos sequer a verão ou conseguirão interagir com ela.
Raro, mas possível, é quando um dano é gerado ao Corpo Mental. Mas isso se corrige “fácil” por meio do Espírito. Mais sobre o Espírito mais adiante.
Por fim, é nesses Corpos Intermediários que vemos todo tipo de estrutura que serve para “acessar os Mistérios do mundo”. Chakras (sejam os originais hindus ou os modernos), Centros de Força, Portais Conscienciais, pontos de Barra de Access, Chips Alienígenas, o que quer que seja, normalmente está nesses “planos intermediários” e funciona a partir deles, tanto alterando as conexões entre uns com os outros (por exemplo, a conexão entre o Corpo Elemental de um mago e o seu Corpo Astral), ou deles com o Corpo Físico (por exemplo uma Obsessão que gera desejo sexual doentio e constante por uma pessoa em específico – típico de amarrações).
Raramente é possível que “coisas” sejam plantadas no Corpo Mental ou mesmo que doenças e desarmonias ocorram lá. Afinal de contas, onde há Ordem haverá doença – uma forma de Ordem que está incompleta e desequilibrada com o resto.
Mas isso é excessivamente raro, exceto em quem já mexeu com muita coisa cabulosa e já fez muita merda com elas, especialmente em vidas passadas.

Corpo Espiritual
Por fim, vale a pena falar do “corpo espiritual”. Aqui não vou entrar em muita profundidade, pois é impossível.
Tudo que se classifica como possíveis “Corpos Espirituais”, e pode de fato haver mais de um ou mesmo nenhum ligado a uma pessoa, entra em coisas que “estão além da Mente”, e que não podem ser compreendidas por ela – que o diga pelo Cérebro.
Assim como o Cérebro de carne não consegue compreender a Mente, pois sua Ordem é de uma magnitude impossível de ser espelhada pelo cérebro de carne, também a Mente tem seus limites – e algumas coisas escapam a ela.
Quando vemos um plano intermediário entre o Mental e o Físico, vemos ali algo que normalmente pode ser compreendido em quase sua inteireza pela Mente, e que normalmente pode ser influenciado por ela com certa facilidade.
Contudo, os “Corpos Espirituais” são de tal natureza que a Mente não consegue acessá-los de forma clara, apenas receber deles. São deles que vem a “intuição”, no sentido de algo que vem à Mente sem que hajam estímulos para isso.
Tudo que ouvimos falar sobre esses corpos, seja o Atman, o Buddhi, as Logos, o Ishvaha, Bhraman, ou o que for, está além da Mente e portanto é impossível de se conhecer com ela. O máximo que podemos fazer é criar uma imagem do que a coisa seja a partir daquilo que acessar essas coisas gera em nós.
Assim, ao acessarmos Buddhi, por exemplo, temos sensações como a do Nirvana. Ao acessarmos Ishvaha, temos sensações como as dos místicos Hindus.
E ambos diferem no que geram na Mente, assim como nos Mistérios que acessam no mundo. É difícil descrever como, mas podemos ver isso na prática e na sensação diferente que geram ao acessarmos tais coisas.
Pessoalmente é por isso que tanto valorizo o Daoísmo. Quando saímos da visão normal de que o Dao é o que dizem os sacerdotes daoístas e adentramos o espaço que ele dá à existência como um todo, podemos perceber o Dao em todas as coisas e acessar todas as coisas por meio do Dao.
Existe o Dao do Budismo, o Dao do Hinduísmo, o Dao do Cristianismo. É possível adentrar todas essas doutrinas e chegar ao seu ápice, sem nunca deixar o Caminho fechado – pois o Dao mantém abertos todos os Caminhos, e percebendo o Dao percebemos os limites daquilo que, de tão grande, parece ilimitado.
Em certo nível ele funciona como a ideia de “deus está em todas as coisas”. Exceto que o Dao Verdadeiro é descrito como não sendo o Dao de que se fala – logo, há um limite a menos e uma conexão a menos com uma divindade ou blocos mentais tais ou quais. Acho uma visão de mundo bem útil graças a isso.