Adão e o Fruto Proibido

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Atribui-se a Rabbi Nehemiah, através do Talmud, a noção de que a fruta da Árvore da Vida, que Adão e Eva comeram antes de serem expulsos de Gan Eden, era um figo. Rabbi Nehemiah sugere que o uso de folhas de figueira para “cobrir o sexo” em Genesis/Bereshit 3:7 seria indicativo de que “aquilo que causa o mal deve ser usado para retificar o mal”.

Se comer o fruto da figueira foi o primeiro pecado da história humana, as folhas foram o lembrete de que há coisas para as quais devemos manter distância.

Essa é uma noção bem antiga da cabala: corrigir o mal com aquilo que causou o mal — óbvia até — se parar para pensar. Mas a gente esquece essas coisas.

Em tempos neopentecostais, quando pastores vendem redenção por dinheiro, importa lembrar esse conceito básico de retificação do mundo. A coisa que fez o mal também está quebrada.

E isso é literalmente. Se o mal foi feito através de um contrato assinado, encontre a caneta usada no contrato original para escrever um novo contrato desfazendo o mal. Se o mal foi feito através de mensagens de WhatsApp, use o mesmo celular para enviar mensagens se desculpando e retificando o que foi dito. Não tem segredo.

Então não adianta rezar? É, adianta no sentido de entrar em contato com D’us e demonstrar arrependimento. Mas ainda é preciso agir sobre o erro. São três passos: verbalizar o erro, arrepender-se, corrigir.

No caso em que corrigir não for possível, é preciso garantir que o erro não se repita. Mentiu, conte a verdade logo. Mentiu e foi descoberto, não minta de novo.

Mas eu posso usar dinheiro para corrigir um erro? Sim. Se o erro foi causado com dinheiro.

Quando eu sei que D’us me perdoou? Quando você não cometer mais o mesmo erro.

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