Boa tarde Pandawans!
Iniciando hoje com a inspiração “divina” vinda de um post polêmico de facebook, vamos discutir:
Afinal de contas, “Nosso Lar” (e todo o espiritismo e umbanda enquanto filosofias de vida) é comunista ?
Vamos a isso !
Primeiro de Tudo
Existe MUITA, mas MUITA desinformação, informação errada e propaganda enganosa no meio da discussão a respeito de sistemas econômicos como o comunismo.
Nada de surpreendente aí, visto que até mesmo grupos menos inclusivos da sociedade, como alguns vegans e vegetarianos, mentem descaradamente sobre supostas “informações provadas pela ciência” para “comprovarem” sua filosofia de vida.
E no meio do ocultismo então?
Oooh, quanta gente fala de mecânica quântica e relatividade, mas sequer sabe que E = mc² não é a equação de Einstein, mas sim uma versão simplificada dela!
Então vamos definir algumas coisas aqui, antes de começar a discussão.

Ideologias Econômicas e Política
Quando falamos de Comunismo, Capitalismo, Liberalismo, Socialismo e etc, invariavelmente evocamos ideologias.
Isso é, definindo pelo dicionário Priberan:
i·de·o·lo·gi·a
Então vamos entender um pouco mais.
O tal chamado “capitalismo” é uma ideologia (e aqui se encaixam todas as definições acima, e ainda nenhuma, dependendo de qual dos seus “tentáculos” você encara) sócio-econômica utópica, que jamais se efetivou na realidade, e que se baseia na ideia de que todo trabalho humano encontra um nível de igualdade por meio das relações de comércio – de modo com que elas são o caminho para a justiça.
Como vemos em “A Riqueza das Nações” de Adam Smith:
“Entretanto, embora o trabalho seja a medida real do valor de troca de todas as mercadorias, não é essa a medida pela qual geralmente se avalia o valor das mercadorias. Muitas vezes é difícil determinar com certeza a proporção entre duas quantidades diferentes de trabalho. Não será sempre só o tempo gasto em dois tipos diferentes de trabalho que determinará essa proporção. Deve-se levar em conta também os graus diferentes de dificuldade e de engenho empregados nos respectivos trabalhos. Pode haver mais trabalho em uma tarefa dura de uma hora do que em duas horas de trabalho fácil; como pode haver mais trabalho em uma hora de aplicação a uma ocupação que custa dez anos de trabalho para aprender, do que em um trabalho de um mês em uma ocupação comum e de fácil aprendizado. Ora, não é fácil encontrar um critério exato para medir a dificuldade ou o engenho exigidos por um determinado trabalho. Efetivamente, ao permutar entre si produtos diferentes de tipos diferentes de trabalho, costuma-se considerar uma certa margem para os dois fatores. Essa, porém, é ajustada não por medição exata, mas pela pechincha ou regateio do mercado, de acordo com aquele tipo de igualdade aproximativa que, embora não exata, é suficiente para a vida diária normal.”
Tal visão ignora, por exemplo, as situações de miséria, onde o trabalho é vendido por valores muito inferiores aos originais, o grau de habilidade de cada qual em comprar e vender daquele que compra e vende frutos do trabalho, além de uma série de outros fatores que fazem parte da realidade de cada dia.

Ainda que se diga que o Brasil, os EUA, ou qualquer outro país do mundo são Capitalistas, na realidade isso é pura ilusão – inexiste no mundo real capitalismo, pelo simples fato de que o mundo real não é tão simplório quanto essa teoria sócio-econômica.
Já o chamado “liberalismo” é uma doutrina política, baseada na teoria Capitalista, e que prega que, perante a ideia de que as relações de comércio trarão, naturalmente, a justiça na distribuição da renda, devemos criar as situações mais adequadas (nesse sistema vistas como a diminuição da influência do Estado, isso é, das forças que possuem poder de fogo e violência institucionalizados em geral) para que essas relações de comércio sejam as mais naturais o possível.

Ainda que possamos dizer que tal sistema foi de certa maneira implementado na história sim, isso somente em uma visão reducionista – pois que os países liberais tenderam a assim o serem somente nas relações internas, e não nas relações externas – onde, não raro, a regra era maximizar o liberalismo interno por meio da força das armas e da dominação externas, em uma versão internacional das antigas relações de comércio feudais – onde os benefícios são obtidos dos dominados, à força das armas e não do comércio.

Já o assim chamado “comunismo” é igualmente uma ideologia sócio-econômica utópica, que igualmente também jamais foi efetivada na realidade prática – contudo, que se baseia na noção de que, sendo a ideia capitalista de trabalho e justiça absurda, ainda assim é verdadeira e o que deve ser feito é a retificação dos absurdos encontrados nessa ideologia (se ele o faz ou não é outra história), assim sendo possível obter a sociedade idealmente justa – onde todos trabalham para o bem geral do coletivo, e assim ninguém fica “por cima da carne seca” – como vemos em “O Capital”, de Karl Marx:
“Enquanto valores, todas as mercadorias são expressão igual de uma mesma unidade, o trabalho humano, substituíveis umas pelas outras. Uma mercadoria é, por conseguinte, permutável por uma outra mercadoria, desde que possua uma forma que a faça aparecer como valor.”
Nesse quesito, é importantíssimo explicar à leitora e ao leitor que o comunismo jamais aceitou coisas como dar dinheiro a quem não trabalha ou a pessoas presas.
O nome disso é Estado de Bem Estar Social, e não tem nada a ver nem com comunismo nem capitalismo – duas ideologias onde os que não trabalham que não comam.
De fato, a existência de trabalho compulsório é um padrão constante nos países “comunistas”.
Se você não quer trabalhar, então que vá viver de pedir aos outros ou morra para não ser um peso aos outros humanos. Essa parte da ideologia é compartilhada entre capitalismo e socialismo – e de quase todas as ideologias com origens no século XIX, para ser sincero…

Já o socialismo e outras formas políticas associadas à ideologia comunista servem, perante ela, ao mesmo objetivo que o liberalismo serve perante à ideologia capitalista:
São propostas governamentais voltadas a materializar, nas relações humanas, os ideais e a ideologia comunistas.
Do Resto
Mas e o Mao Tsé Tsung? Mas e o Pinocchet? Mas e os burgueses? Mas e a mão invisível do mercado ? Mas e o exército de reserva e a mais valia? Mas e o risco do capital ? Mas e o exército de reserva ? Mas e a minha mãe de bicicleta na rua das oliveiras jogando LoL e Dota ao mesmo tempo?
Primeiro, isso não é uma competição.
Mas são argumentos inúteis vazios perante dois sistemas e visões de mundo que são, em seu princípio e ideologia mais básicas, perdoem minha “arrogância” em dizer isso, cascas de arremedos de achismos.
Ditadores houveram no mundo muito antes de capitalismo e socialismo, e existem independentes deles. Se quaisquer desses sistemas criou ditadores, então foram só sistemas que prometeram liberdade e trouxeram escravidão – nenhuma novidade e é bom pararmos de nos fazermos de coitados.
Fomos oprimidos pelo ditador tal? Estamos sendo explorados pelas classes x, y, z ?
Que azar. Segue a vida e para de reclamar, nem que seja para aprender com isso e estabelecer seu próprio campo de influência e poder.
O único poder em que se pode confiar com relativa segurança é o poder construído por você com consciência e habilidade – e mesmo ele pode te deixar na mão às vezes, pois ele tem uma fonte (mistééérios de posts futuros) – e se você se apegar muito a ele, essa fonte seca.

E quanto a política e outras discussões do tipo, prefiro eu dizer que antes de socialista ou capitalista, importa muito mais a discussão quanto a quais os limites otimizados à autoridade e poder individuais, independentemente de sua fonte, do que qualquer discussão no quesito de se devemos seguir um jovem entusiasmado nascido rico de 200 anos atrás ou um velho encostado sustentado por um amigo rico de 200 anos atrás.
Antes de falarmos de economia e política, ou qualquer forma de poder, de maneira verdadeiramente racional e livre de influências emocionais e reflexos impulsivos advindos de traumas, é preciso passar por diversos outros caminhos e desenvolvimentos espirituais.
E quando chegamos ao nível de discutir isso racionalmente (isso é, ao sexto chakra), a MUITO que não nos importam praticamente todos os preceitos e valores defendidos por quaisquer de ambas as filosofias acima – daí minha colocação de que são ambas cascas de arremedos de achismos.
Aliás, isso ficará claro a seguir, ao menos para os que valorizam a espiritualidade e suas mensagens acima das discussões da política hominídea encarnada terrestre, pois falaremos do…

Sistema de Vida e Economia em Nosso Lar e Outras Colônias Espirituais Conforme o Espiritismo e a Umbanda :
Podemos encontrar citações quanto ao estilo de vida e organização das colônias espirituais em diversas obras espíritas e espíritas-umbandistas.
As mais comuns nesse quesito, e fontes do conhecimento de colônias como Nosso Lar, são as obras da série “A Vida no Mundo Espiritual”, de autoria espiritual por André Luiz e psicografia de Chico Xavier.
Nessa série de 13 livros, André Luiz explora diversos aspectos da vida astralina – e o primeiro deles sendo a cidade/colônia astral de Nosso Lar.
Outros livros também mencionam diversas outras colônias e, em especial, eu citarei o autor Robson Pinheiro (que ao menos no começo de suas psicografias era muito bom) que nos fala da organização das comunidades espirituais em planos mais elevados que os de Nosso Lar – isso é, em regiões do astral regidas pelas vibrações referentes ao domínio e aprendizado quanto a assuntos mais complexos e elevados que aqueles tratados em Nosso Lar – que são basicamente os de Sentimento e Amor (representáveis pelo quarto chakra).
Pois bem. Vamos a isso.

Os Planos Espirituais e as Colônias Neles Presentes
Uma colônia ou hospital espiritual é um construto astral plasmado e assentado em um determinado local de um determinado “reino” de um sub-sub-plano do plano astral, onde um ou mais membros de uma hierarquia superior (espíritos que já obtiveram maestria nos ensinamentos daquele sub-plano como um todo -sim, do sub-pano inteiro, o que é coisa bagarai-) iniciam atividades que visam curar e ensinar aos espíritos ao redor.

As colônias ou hospitais espíritas localizadas no plano físico são as casas espíritas e os terreiros espírita-umbandistas.
Sua principal função (ainda que seja uma de várias, variando muito de centro em centro, pois o plano físico pode ser âncora para até mesmo mais de uma casa/construto/hospital astral) é demonstrar a existência do plano espiritual, assim como da dimensão interior do indivíduo, a todos aqueles que puderem alcançar.
Assim, por meio das manifestações mediúnicas, palestras, curas, desobsessões, caridade, dentre outras ações diversas que se manifestam primeiramente no plano físico, os centros ou colônias espirituais assentadas no plano físico manifestam, pouco a pouco, o primeiro degrau de cura (ou “despertar”) dos indivíduos – isso é, lhes dão a noção e o interesse em investigar a existência de algo além do material, e de nesse algo encontrarem respostas que muitas vezes buscam na matéria.
Esse é o Ponto Zero da ação espiritual, e as “colônias” aqui presentes operam segundo as leis terrenas – na forma de religiões e atividades religiosas, tanto quanto possível.

Há seres que se usam de sexo e que não são succubus nem inccubus, mas os classicos te dão ilusão de sexo e prazer para comer, não para terem prazer eles mesmos.
De forma análoga, no primeiro plano espiritual astral, que vibra em consonância com as energias emocionais ligadas ao Primeiro Chakra, isso é, à Sobrevivência e a Presença (No caso, Emocional) no Aqui e Agora, temos colônias cuja principal função é cuidar e despertar aqueles que se encontram presos a questões emocionais relativas à sua sobrevivência e presença emocional no presente.
Ali estão presentes seres obcecados com sobreviver a todo custo (algumas vezes vampíricos), perpetuamente incapazes de superar o medo da morte, também muitos ovoides, além de seres presos em emoções do passado, às quais revivem eternamente, criando um ambiente ao seu redor que reflete qualquer tipo de experiência passada (esse fenômeno pode se repetir em outros planos, mas é mais comum e variado, para não dizer caótico, nesse), e assim em diante.
Assim, as colônias espirituais presentes nesses lugares tem como foco acolher aqueles espíritos que, esgotados e quase inconscientes (de fato “senis”) pelo desgaste mental e emocional de reviverem suas experiências dolorosas tantas vezes, começam a finalmente se encontrar em um pouco de paz – a qual permite que esses seres os acolham e protejam em pequenas fortalezas, onde ensinarão o método correto de sobreviver e estar emocionalmente presente no momento presente, sem se ver consumido pelo medo de perder a sobrevivência ou pelas memórias e arrebatamentos emocionais do passado.
Os “chefes” dessas colônias, sejam elas formais ou informais, tem de ao menos terem maestria desse nível de existência – saberem estar presentes emocionalmente no momento presente, e terem aceitação dos fenômenos da morte e da vida, da transitoriedade das coisas.
Isso implica que essas colônias, em casos de necessidade, podem até mesmo ser dadas a seres pouquíssimo “iluminados” na conceituação espiritualista em geral – seres que sejam autoritários ou que abusem do poder e proteção que recebem.
Isso porquê os três primeiros níveis do astral são o chamado “Umbral”, onde esse tipo de coisa é a regra ao invés da exceção, não pelo descuido dos espíritos superiores, mas sim pela própria natureza de sua existência (que requer pouco dos seres em termos de iluminação, de modo com que todo tipo de ser com baixo nível de iluminação é bem-vindo ali).
Desde que cumpram adequadamente sua função, curando, protegendo e iniciando em níveis superiores de existência as almas sob sua tutela, os seres em controle dessas colônias terão apoio “do alto”.

No segundo plano, temos as energias e matéria emocionais ligadas ao segundo chakra, ou seja, o chakra sexual (ou, mais adequadamente falando, o dos prazeres).
Os espíritos desse plano tendem a possuir diversas travas e obsessões com a matéria do dar e receber prazer, havendo diversos tipos ali – desde pessoas incapazes de aceitarem a existência do prazer, e que por isso se martirizam constantemente, àquelas que se entregam compulsivamente aos prazeres e obsessões vindas de suas mentes, em um processo de vício (no que quer que seja).
Novamente, as colônias nesses locais têm função de cura, proteção e desenvolvimento. Retiram espíritos de situações como vampirismo sexual e grupos de repressão ao prazer (muitas vezes ligados à escravidão espiritual) e lhes ensinam a lidar com o prazer.

Já no terceiro nível, as colônias estão ligadas ao terceiro chakra, o chakra do pensamento e do poder.
Aprender a pensar corretamente, possuindo controle mínimo dos próprios pensamentos, assim como a lidar corretamente com o poder, são os ensinos das colônias presentes nesses lugares.
E é aqui que o capitalismo e o comunismo acham seu limite.
Capitalismo e Comunismo, Poder, Política e Justiça
Não é necessário a ser humano algum fazer justiça.
Como vimos repetidas vezes, tanto pelas palavras de Arluz quanto pela série de textos sobre livre-arbítrio, justiça é algo que existe inerentemente no universo.
Quando um ser humano está insatisfeito com o universo ao seu redor, quando ele demanda justiça e demanda reparações, ele está justamente nas vibrações do terceiro chakra – lidando com o pensamento concreto e analítico, assim como com a noção de poder.
A justiça humana é inseparável do poder humano. Não é possível se falar em “fazer justiça” sem trazer à tona a necessidade da força ou poder para coagir o “errado” a se reparar e fazer o “certo”.

É impossível, em primeira instância, definir o que é certo e errado sem pensar em ações, ideologias, lógica, premeditação, planejamento e outros tipos de construções mentais concretas.
Isso, obviamente, não quer dizer que devamos abandonar a análise do mundo ao nosso redor e buscarmos o que é melhor para nós.
Mas quer dizer que quando nos sentimos injustiçados e usamos de alguma espécie de poder, nem que seja o de argumentação, para tentar “corrigir” essa injustiça, estamos errados, seja por sermos ignorantes de nosso erro, isso é, ignorantes de que tudo pelo que passamos é justo, ou se tornará eventualmente justo, mesmo que nada façamos a esse respeito, seja por estarmos enganando a nós mesmos perante o desejo de ter poder para controlar o que ocorre conosco e de controle sobre nosso futuro (normalmente para fugir da dor e obter prazer).

E é sob esse erro (ao menos sob a visão espírita, espiritualista, cristã e espírita-umbandista) que se constroem ambos o capitalismo e o socialismo – os quais, em sua busca por “justiça” nas relações humanas de trabalho nada mais são que auto-engano e luxúria – isso é, ser levado pelas próprias emoções e impulsos a agir de tal ou qual forma.
Não é que um ou outro estejam certos ou errados no sentido de trazerem prosperidade e progresso (ou não) para as pessoas – é que estão errados em procurar justiça, prosperidade e progresso em primeiro lugar!

Tudo que vivemos é o que merecemos, e para tudo que passamos ou podemos passar, independente do que seja (mesmo o pior trauma possível – digamos, alguém entrar na sua casa, estuprar sua mãe e depois te torturar até a morte) deve ser plenamente e totalmente aceito como algo que passamos, algo justo, que nós merecemos e que é apenas mais uma memória de nosso passado – sem qualquer relevância para nosso presente e/ou nosso futuro.
Claro, no LHP há uma leve diferença, onde até mesmo a posição da pessoa enquanto “se sentido injustiçada” é valorizada, e qualquer espécie de vingança ou “justiça” feita nesse nível é válida e incentivada, mas em última análise essa é a grande barreira (e também a grande piada) do LHP: Quem a ele vem por desejo de poder, jamais passará desse nível!
Quando o membro da Mão Esquerda chega a esse nível de consciência e iluminação, ou aprende a aceitar e ignorar as injustiças e se entrega a atividades mais elevadas, ou como qualquer gado humano se manterá preso a rodas de vingança – sendo por fim usado pela magia e pelas entidades, interminavelmente rodando a rodinha de sua vingança, ao invés de progredir.

Essa é a lição que as colônias presentes nesse nível da realidade astral ensinam, e também a lição pela qual nosso planeta como um todo também ensina.
Os planetas de expiação são estes onde as relações de poder e justiça, e nisso incluso o mérito e a recompensa de cada qual segundo o mérito que possui, são o foco da vida, e o motivo pelo qual tudo ocorre – a engrenagem por detrás das ações humanas.
Já os planetas de regeneração, esses estão um degrau acima – são como um gigantesco “Nosso Lar”.

Nosso Lar
Nosso Lar é uma colônia pertencente ao quarto nível do plano astral.
Esse é o nível ligado ao chackra cardíaco e as emoções que formam sua matéria e energia são aquelas ligadas aos sentimentos humanos – amor, ódio, possessividade, ciúme, alegria, felicidade, contentamento, tristeza, etc, etc.
Nesse nível se determina o fim do assim chamado “Umbral”, pois aqueles que nele se encontram, mesmo que perdidos em meio aos lodos emocionais e paisagens astrais inóspitas que existem nesse plano (assim como em todos os outros), ainda estão em um nível de existência e iluminação maior do que a vasta maioria dos seres viventes em nosso planeta – já abandonaram as necessidades da raiva e do poder, da justiça e do mérito.

Os seres nesse nível, e que necessitam de resgate espiritual, se veem presos a emoções negativas diversas, como o próprio autor espiritual do livro estava – ciúmes, tristeza, revolta, indignação, afastamento emocional, “coração de pedra”, depressão e outros do mesmo calibre.
André Luiz, de fato, só se mostra razoavelmente regenerado quando, ao final do livro Nosso Lar, abandona os ciúmes e indignação pelo segundo casamento da esposa, e decide que, pelo amor que sente por ela, ajudaria a curar o seu marido enfermo.
Colônias como Nosso Lar se focam em ajudar aqueles perdidos em emoções negativas a abandonarem as mesmas e acharem e cultivarem o amor e o bem-estar íntimos. Depois, isso realizado, buscam ensinar a essas pessoas o próximo nível de existência – as energias ligadas ao quinto chakra, e que falarão da individualidade e forma individual de expressão de cada um, assim como também de sua verdadeira vontade.

Em outras palavras, o espírito que aspira morar em Nosso Lar não deve se apegar de forma alguma ao poder, status ou mérito – pois o objetivo da comunidade não é o de produzir qualquer coisa (a maioria dos seres ali não precisa de nada, pois são espíritos e podem plasmar, isso é, materializar só com a intenção e poder mental, o que quer que desejem para si!).
O objetivo é ensinar as pessoas a cuidarem de si e das outras, cultivarem amor e, aos poucos, descobrirem seus dons individuais e únicos – motivo também pelo qual seus governantes dessa colônia são capazes de amar indiscriminadamente a todos ao seu redor, e também buscam continuamente ajuda-los a encontrar seus dons e habilidades – não para que produzam bônus-hora, mas sim para que eles mesmos possam abandonar os apegos que possuem e passarem a olhar a todos os seres do universo como seus amados irmãos e irmãs – atingindo a pura ágape.
Aliás, ao falarmos dos bônus-hora, vale a pena lembrar aos caríssimos e caríssimas lendo esse texto, que eles são inúteis exceto caso você queira viver dentro da colônia.
Os bônus-hora não são dinheiro.
Eles são restrições à sua localização e poderes ali dentro, e determinam limites coletivos para coisas como se você pode receber uma casa do governo ou não (caso não as receba, deverá viver em unidades de habitação coletiva), permissão para ir visitar seus parentes ou não, e assim em diante.
De nada adianta você ter “um milhão bônus-hora” para “comprar” uma casa em Nosso Lar. Para isso, você tem que ter mais do que bônus-hora. Eles são um limite mínimo – uma forma de você demonstrar ao governo que está interessado em melhorar enquanto pessoa, e não uma forma de poder que exija ao governo te dar qualquer coisa!
Um trabalhador de Nosso Lar, cheio de bônus-hora, ainda assim pode ser perfeitamente negado uma casa ou uma visita ao próprio lar, caso os superiores decidam que não é a melhor hora para ele ter aquilo.
É claro, ninguém é obrigado a viver em Nosso Lar, e a maioria dos espíritos ali presentes tem a plena capacidade de, por exemplo, ir visitar seus parentes a hora que quiser, desde que decida sair da colônia – mas aqueles que abandonam esse tipo de precaução normalmente acabam se entregando a velhos hábitos e assim caem novamente em sofrimento, por exemplo, por apego ou ciúmes.

Isso, é claro, é um benefício outro de os governantes de Nosso Lar serem seres que amam infinitamente a todos ao seu redor, ao mesmo tempo em que procuram desenvolver em cada um suas habilidades e potencialidades espirituais inatas – as restrições à liberdade individual não servem para manter esses seres no poder ou para garantir que qualquer tipo de coisa seja produzida para alimentá-los, vesti-los ou lhes dar qualquer tipo de prazer (a maioria não precisa comer a séculos e não tem prazer nenhum em nada que não seja o trabalho que já fazem, pois ele é expressão de sua Verdadeira Vontade) – servem para que eles continuem a trabalhar em prol dos outros !

Outras Colônias Mais Elevadas.
Por ordem, temos ainda mais três níveis de existência no astral. No quinto nível as colônias ensinam as pessoas a desenvolverem as emoções relacionadas ao Trabalho e à Verdadeira Vontade (ensinam-nas a manter suas emoções puras perante o trabalho espiritual, e não por sobrevivência, prazer, poder ou sequer amor). No sexto, a desenvolverem as emoções em prol da mente, da intuição, da razão e de outras faculdades mentais (ou seja, a manterem seus corpos emocionais estáveis e puros mesmo quando em contato mental com coisas que normalmente afetariam a estabilidade desse corpo).
E no último, no sétimo nível do astral, as colônias ensinam os seres a abandonarem a necessidade de qualquer tipo de emoção ou reflexo emocional – a se conectarem tão profundamente e livremente aos seus Corpos Mentais que a necessidade de um Corpo Emocional é transcendida e a pessoa se torna livre para ter ou não ter um corpo desses conforme seus interesses mentais-espirituais.

E Então? No fim das contas, Nosso Lar é Comunista ou Não?
Nosso Lar não possui moeda nem propriedade privada, pois mesmo as moradias e “comida” (sopa fluidificada) são regulados e fornecidos pelo governo (os bônus-hora tem função didática e não absoluta).
Mas lá ninguém é obrigado a trabalhar (no comunismo clássico o trabalho é obrigatório e mandatório – aquele que não trabalha é excluído da comunidade).
Há mérito, e as pessoas recebem algo em troca do que fazem, inclusive autoridade para fazerem coisas que requerem mais responsabilidade.
Mas o mérito não define nada, e possui também função didática (no capitalismo cada qual deve, necessariamente, ser recompensado por seu mérito).
Nosso Lar valoriza o trabalho de cada indivíduo e é construída para que cada um cresça e prospere individualmente, sem depender dos demais.
Mas cada indivíduo trabalha em prol dos outros, e não de si mesmo (no capitalismo, cada indivíduo trabalha em prol de si – e no comunismo, cada indivíduo trabalha em prol do coletivo, e não dos demais indivíduos!).
Em outras palavras, Nosso Lar e comunismo, ou sequer capitalismo…. não há comparação.
É necessário refletir, sem apegos, nessas ideias de que o mundo espiritual segue nossas regras limitadas de organização e produção.
Seres humanos gananciosos, orgulhosos, apegados, medrosos, ambiciosos, traumatizados e uma série de outras coisas que somos, tendemos a misturar as criações frankestein que inventamos para “regular” as nossas batalhas de poder uns com os outros com leis universais, desígnios divinos ou organizações superiores de existência.
Não vamos misturar as coisas 😊
Por outro lado, foi uma boa discussão e ainda fonte de alguns spoilers interessantes para algumas séries de que (talvez) falemos mais no futuro.
Uma boa noite, e um bom fim de semana a todos!
Desmond Desfables
1 comentário
Estou pasma! Acredito que esteja com a razão. Tudo o que falou fez sentido para mim e, ao mesmo tempo, me deixou envergonhada de mim mesma. Esse tempo todo eu não havia entendido o conselho dado em Mateus 6:33 “mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. Estive buscando a justiça na Terra, pedindo a Deus de forma egoísta para mudar nossa situação. Como fui boba e infantil!! Eu tenho que pedir é força e resignação, ajudar as pessoas menos favorecidas e parar de apontar o certo e o errado. Obrigada por compartilhar seus pensamentos. E de forma tão divertida! Rsrs