Olá novamente, leitora ou leitor!
No post passado, vimos como Livre-Arbítrio é uma ilusão e, se tudo ocorreu como o esperado, você ficou com um leve incômodo no peito desde lá – um incômodo que será explicado no post de hoje.
Vamos a isso!
A Necessidade do Poder
Todos os seres humanos necessitam de poder, de sentir que têm poder e de sentir que têm controle. A sensação de desespero e negação que sentimos ao realizarmos que, em última análise, não somos, mesmo quando repletos de poder quase infinito, aqueles que Criaram a nós mesmos, e sim que nosso Criador tem sempre de ser outra pessoa — nem que essa pessoa seja quem éramos antes de criarmos quem somos — parte muito do desespero pela falta de poder, pela falta de autoridade e propriedade.
Nos tempos modernos, associou-se a ideia de ser criado com a ideia de pertencer. E a ideia de pertencer à de não possuir poder, de ser inferior. Um filho pertence a seus pais até ser senhor de si. Um animal pertence a quem o dá comida. Uma terra pertence ao seu dono no cartório. O que isso significa? Significa que os pais têm poder sobre os filhos. Que o dono tem poder sobre o animal e a terra, e que, se os mesmos se revoltarem, então eles estão errados, pois o dono tem direito ao poder.
Quem disse isso? Quem determinou isso? Com que base moral, já que o que aparece perante a ideia do filho rebelde ou do animal raivoso é o sentimento de culpa e erro?
As bases de nossa sociedade moderna não permitem questionar a ideia do pertencimento e a ideia do poder. Se algo pertence a alguém, se alguém criou aquele algo, então nos parece claro que esse alguém deve ter poder sobre esse algo. Mas isso não necessariamente é assim. O verdadeiro poder não é esse poder tolo e estúpido do pertencimento. O verdadeiro poder não é moral. O verdadeiro poder é unicamente o poder da Justiça (e para entendê-la melhor, leia o texto Palavras de Arluz), que é nenhum outro senão o poder das Leis Naturais. Quem conhece as Leis Naturais, quem as entende e quem as verdadeiramente compreende é quem tem direito de usá-las ao seu redor.
Não que isso signifique que podemos fazer qualquer merda que quisermos. É uma lei natural que certas práticas mágicas (e aqui digo magia em um sentido muito mais técnico do que transcendental, envolvendo manipulações energéticas basicamente) gerem uma ligação afetiva e energética entre duas pessoas, chamada amarração.
Ainda assim, é justo que uma pessoa faça uma amarração com outra? Não.
Por quê, se ela conhece a técnica e possui o poder? Porque outro conhecimento, também da Lei, invalida essa ideia. Esse é o conhecimento que associa a justiça ao ganho do que se pretende. Quando se conhece a justiça, se conhece exatamente o que se pretende ganhar e o que será ganho.
Muitos dos que fazem amarrações esperam por alguma coisa, esperam satisfazer necessidades que não se satisfazem com a amarração. Por isso, mesmo que a façam, estão cometendo uma injustiça e serão “punidos” — estão fazendo algo para obter certa coisa, certa satisfação (normalmente encontrada apenas dentro deles mesmos), mas aquilo que fizeram não gera essa satisfação.

A “punição”, então, é simples. A Lei segue seu curso, e dá segundo o que foi plantado, e não o que foi esperado, imaginado ou pretendido (ainda que esperar, imaginar e pretender afetem o resultado final). Assim, aquele que pretende realizar a amarração, por exemplo, sabe exatamente o que ela irá gerar e segue por esse caminho, é justo que ele a faça. Ele será amarrado a alguém, passará por poucas e boas, provavelmente terá massivas quantidades do que nós chamamos “sofrimento” — inclusive perante os poderes de outras pessoas, as quais podem simplesmente decidir agir perante o ato desse feiticeiro para gerar nele sofrimento (sendo essa ação justa, isso é, com essas pessoas sabendo que não obterão a satisfação de seu desejo por meio disso, ou injusta, com elas se enganando nesse sentido).
De qualquer maneira, é assim que podemos enfim declarar, que, na maioria das vezes, o incômodo que sentimos perante a discussão do livre-arbítrio é tão somente o desespero advindo de misturas de injustiças e falta de poder. De desejos e de necessidades não resolvidas. O remédio para isso é dar a nós mesmos poder. É aceitar que podemos ter poder, mesmo sendo “dominados” pelo Destino. E que a existência do Destino não significa que não fomos nós que construímos nosso futuro. Sim. Nosso futuro estava escrito, e sempre estará. Pois toda ação, até mesmo as que trazem Caos para a Ordem, eventualmente apenas reorganiza a Ordem, e não nos dá poder de sair dela. Mas, ainda assim, somos nós que a construímos.

Os planos estão nas mãos do Mestre Pedreiro. Do Grande Arquiteto do Universo. As leis são daquela forma e, até termos o nível espiritual necessário para Arquitetarmos Nosso Próprio Universo (isso se sequer iremos desejar fazê-lo), estamos sob esse poder. Ainda somos nós que colocamos cada bloco em seu lugar, que seguramos cada viga e que agimos. A ação é nossa. O resultado é nosso. Mesmo que “nós” não sejamos nada em particular.
Mas Isso Tudo Tá Certo Mesmo ?
Como falamos, a ideia das Leis Naturais parece-nos correta porque, ao repetirmos certas ações, obtemos certos resultados.
Porém… isso não é, necessariamente, uma realidade.
Pressupomos nós, reles mortais, que ao realizarmos os mesmos atos e termos resultados parecidos, estamos sob uma determinada Ordem Universal.
Toda a Física, Química, Biologia… todas as ciências estão baseadas nisso. E a Estatística, em si mesma, é a ferramenta usada para medir o quão próximos são os resultados de determinadas ações, de modo a tentar discernir se realmente há alguma correlação causal entre certos eventos ou não. É claro, ela não é usada de forma solitária — há vários eventos que se mostrariam correlatos (como o lançamento dos filmes do Nicholas Cage e a quantidade de abelhas nas fazendas dos Estados Unidos), mas não são causais… ou ao menos ninguém consegue construir uma hipótese sã o suficiente para convencer os outros a gastar dinheiro para testar se são.
Ainda assim… nada disso tem base em nada.
Não há nenhum grande poder divino que diga que isso é a verdade absoluta, que diga que realmente o que está acontecendo é que há Leis Universais e que as pequenas margens de erro são devidas a erros nossos. Pode ser que haja pequenas variações nessas Leis Universais. E se a Lei da Gravidade mudar microscopicamente de tempos em tempos? E se ela mudar de forma absurda, mas na realidade outra Lei, desconhecida, tomar o lugar dela e manter tudo funcionando como nós esperamos que funcione? Ou se ela tem sido estável nos últimos 15 bilhões de anos, mas muda, por exemplo, a cada 20 bilhões de anos? (Note-se que essa é uma possibilidade bastante plausível, diferente das outras acima, já que a Singularidade presente antes do Big Bang aponta para a inexistência de Tempo e Espaço naquele período… o que é impossível perante as atuais Leis Naturais como as conhecemos).
Não há nenhuma base sólida que nos dê certeza dessa crença. Que nos permita crer sem medo, crer sem questionar, crer sem aceitar e estar tranquilo com a ideia de que tudo que acreditamos pode estar simplesmente errado. Há apenas o poder, ou a sensação de poder, que vêm de dominar um pouquinho das técnicas que são derivadas da crença nessas leis.
A ideia de que as Leis Naturais são fato confirmado e óbvio é a base de uma doutrina filosófica chamada Fisicalismo, que nunca é propriamente nomeada mas constantemente nos rodeia – é porque acreditamos nessa idéia (e acreditamos nela porque vemos o poder que ela contém) que, por exemplo, aceitamos o uso de ciência para determinar se alguma pessoa realmente cometeu um crime ou não. Que acreditamos que, ao escrevermos na internet, de fato estamos alcançando outras pessoas. Que acreditamos em todas essas coisas que parecem claras e certas — pois ao falarmos com outras pessoas, elas dizem que de fato nós as atingimos pela internet.
Pois ao sermos filmados, de fato nos lembramos de estar na cena e local em que fomos filmados, fazendo que nos vemos fazendo. Ainda assim…
Não há nada que nos diga, irreversivelmente, que ao conversarmos com as pessoas e elas admitirem terem sido atingidas por nós, por meio da internet, de fato as atingimos. Não há nada que nos diga, irreversivelmente, que ao vermos nossa imagem em um vídeo e lembrarmos daquele evento, as memórias associadas àquilo são realmente nossas. Sequer há algo que nos diga que nós existimos em última análise. Pois que Descartes, em seu famoso “penso, logo existo”, estava partindo do pressuposto de que, caso haja questionamento, então há existência. Acreditamos em tudo isso, porque essa crença nos serve a propósitos relacionados ao nosso interior. A nossos impulsos, forças e outras coisas inomináveis.
Diz o ditado — “não é magia, é tecnologia”.
Mas para a vasta maioria das pessoas, ambas servem ao mesmo propósito. São, meramente, expressões de poder. E está tudo bem com isso. Nós podemos viver em um mundo sem “verdades” – sejam elas “científicas” ou não.
Claro, infelizmente sempre há aqueles que querem usar isso para propagar sua própria agenda, como cristãos fundamentalistas americanos (que, sinceramente, deveriam ser enterrados em um poço de piche na esperança de que confundam as próximas gerações quanto à nossa evolução intelectual enquanto espécie).

Está Tudo Bem Nisso
Existe uma necessidade intrínseca aos seres humanos por poder. Por que?
Bem, ao analisarmos as situações onde sentimos maior necessidade de poder, elas tem a ver com agir no mundo — mas não somente agir no mundo, como também com justificar nossas ações. Há um ditado muito interessante no Oriente — poder é justiça. Há outro muito interessante também no Ocidente — o vencedor escreve a história. O fato é que, muitas vezes, sentimos necessidade do poder porque, com ele, podemos agir e justificar. Agindo, satisfazemos necessidades internas (muitas vezes desconhecidas por nós).

Justificamos, isso é, calamos quaisquer vozes internas que sejam contra nossas ações, evitando assim as dores, impactos e dificuldades de se refletir profundamente no significado de nossas ações e no que elas significam para nós mesmos, para nosso destino, e para os outros ao nosso redor. São atos reflexos, geralmente estimulados pela necessidade de agir novamente antes de termos terminado de absorver, aceitar e perdoar tudo que ocorreu durante uma ação anterior — seja ela feita por nós ou recebida por nós. No fim das contas, não importa. Não importa se agimos e cremos em busca de poder para agir, ou se nos resignamos a estar totalmente presentes a todo momento, em busca de refinar nossa própria interpretação interna do universo. O fato é que tudo isso é apenas parte de um processo maior, onde inevitavelmente haverá, ao final, refinamento e expansão do ser.
Processo esse que será mais tranquilo e feliz quão melhor nós nos permitirmos vivê-lo como somos, especialmente se permitirmos que nosso quarto chakra, cheio de amor, banhe esses processos e nos dê energia e felicidade para vivermos os mesmos de forma completa e feliz.
Por isso, podemos nos permitir lidar com essa questão com amor. Podemos, devemos e, de preferência, vamos.
Aos amigos,
com votos de
Paz Profunda
Amor Como o Mar
e Contentamento como os Rios
Ddesfables.
(e talvez alguém mais).
2 Comentários
Bom dia. Digma-me meu amigo, por acaso faz algum tipo de atendimento mesmo que virtual?
Bom dia Aton.
Atualmente não atuo profissionalmente no campo terapêutico – estou focado na produção de conteúdo para uma iniciativa/ONG a que estou em processo de me filiar.
Contudo, caso haja alguma coisa em que possa ajudar, estaria feliz de poder dar suporte 🙂
Pode me procurar inbox pelo facebook, na página do Colégio (https://www.facebook.com/platinorum/)