O Que É Um Deus

Devido a uma onda de reformismo mágico, temos visto cada vez mais pessoas contatarem entidades declaradas sombrias ou maléficas sob uma desculpa interessante:

“Essa entidade foi um(a) deus(a) pagã e benéfica no passado, cruelmente pervertida e mutada pela igreja/patriarcado opressor! Não tem problema nenhum!”

Uma enorme demonstração de desconhecimento mágico e mediúnico simples.

No artigo de amanhã, exploraremos a questão das mutações divinas – quando os deuses e entidades se transformam, mudam e aparecem em novas formas. Mas, no de hoje, exploraremos exatamente o que são Deuses, Demônios, Anjos, Entidades e assim em diante – de modo a podermos entender um pouco melhor o texto de semana que vem.

Vamos lá!

Deuses e Entidades

O que é um deus?

O que determina uma entidade?

Digamos, por exemplo, um Boddishawtva. Ou um Buddha. Ou um preto-velho, ou caboclo. Ou Odin. Ou mesmo Yawhe (também conhecido como Javé ou Jeová, deus cristão).

Por que eles são deuses?

O que faz deles diferentes dos seres humanos mortais, como eu e você?

Bem, há inúmeras respostas para essa pergunta, algumas que nós mesmos seríamos simplesmente incapazes de compreender. Porém, acredito que uma em especial seja muito adequada. Uma que transcenda os meros títulos, como dizer que Augustus, imperador de Roma, fosse um deus simplesmente pelo poder material que tinha. Uma resposta que determina um tipo de poder que se verifica, se não na quantidade, na qualidade.

Expliquemos.

 

 

Evolução dos Espíritos

Sabemos que espíritos evoluem. Que, por exemplo, pedras possuem espíritos ligados a elas. Que esses espíritos eventualmente passam a habitar outros tipos de ambientes. Sabemos que entidades criadas artificialmente, como Servidores, podem evoluir até mesmo ao ponto de se tornarem o que é chamado de “Forma-Deus”. E que Elementais simples, isso é, abaixo de determinado nível evolutivo, são considerados inferiores aos seres humanos em termos de evolução. E assim em diante.

Mas o que isso significa exatamente?

Qual o processo que determina a evolução de um espírito?

Pois bem. Há duas ou três grandes fontes para determinar tal.

A primeira seria a das religiões xamânicas ancestrais, onde a mutação de um espírito em direção a maiores evoluções é coisa comum. Não se explica direito, mas nelas a hierarquia espiritual é sentida na pele, e o xamã eventualmente aprende a distinguir quais espíritos estão acima e abaixo dele, não por preconceitos ou visões limitadas, mas sim por experiência direta.

Um pequenino espírito-lagarto pode estar acima do xamã, enquanto um enorme espírito, do tamanho de uma montanha, pode estar abaixo dele. O xamã não sabe exatamente porquê. Ele sente. Outras duas fontes nos são um pouco mais explícitas nos motivos.

O espiritismo nos dirá que existe uma ordem de evolução para os seres. Que os seres todos surgem como “espíritos simples”, desprovidos de qualquer coisa (até mesmo intelecto e emoção), e que dali evoluem, normalmente por meio de uma jornada pelos reinos mineral, vegetal, animal e, finalmente, humano. Mas é na Teosofia, assim como nas atuais investigações da Umbanda Sagrada, que encontramos as hipóteses mais plausíveis e mais práticas para tal.

Na teosofia de Blavatsky, aprendemos que todos os seres possuem diversos corpos – tais quais o corpo físico, o energético, o emocional, o mental e assim em diante. Assim também aprendemos na Umbanda Sagrada. Em ambos aprendemos que existem diversos planos de vida, ambientes ou universos inteiros, por assim se dizer, onde esses corpos chamados “corpos sutis” existem, e onde são matéria que interage com a matéria desses planos. Por exemplo, o corpo emocional interage com o plano emocional como se fosse matéria.

Ainda dentro desses diversos planos, aprendemos que existem inúmeras dimensões – por exemplo, o plano emocional, também chamado astral, possui diversas dimensões dentro de si, se caracterizando como um plano pelo fato de que o corpo usado para explorá-lo é o corpo emocional ou astral. Assim, existe dentro do plano astral o reino elemental, por exemplo. Que se estende além do emocional e toca também o energético ou etérico, pois os seus habitantes muitas vezes possuem corpos etéricos.

Explorando ainda mais, por meio da Umbanda Sagrada, descobrimos que dentro dos reinos elementais há aqueles que se dividem segundo sua natureza e a energia que os rege. Por exemplo, há o Reino da Terra, e próximo dele a dimensão do Reino Cristalino. Há o Reino das Águsa, e próximo dele o Reino da Água Doce. Essa divisão é importante para o Umbandista, pois ainda que ambos o Reino da Terra e o Reino Cristalino estejam dentro do domínio Kabbalístico da Terra, ou do elemento Terra dos Tattwas, ambos são regidos por Tronos, ou Orixás, distintos – o Reino da Terra é regido por Obaluayê/Omulu, enquanto o Reino Cristalino é regido por Oxalufã/Oxalá.

 

É importante ainda outro ensino da Umbanda Sagrada, no que diz respeito à existência de reinos astrais que são Inumanos – isso é, que se distanciam da humanidade e que podem ser tóxicos aos humanos, assim como também no que diz respeito a existência de entidades não-humanas, mas que possuem um nível de evolução idêntico ao humano.

E o que vem a ser esse nível de evolução ?

Bem. Ao analisarmos todos esses planos e os seus muitos habitantes, descobrimos que os seus assim chamados “regentes” (por exemplo, Oxalá e Obaluayê) são seres que habitam além desses planos. São como fontes geradoras de energia, e que, se não diretamente deles, ao menos diretamente de seres que existem abaixo deles, é que se formam os assim chamados espíritos naturais – os “espíritos simples” que o espiritismo nos diz serem criados diretamente por deus. Elementais naturais, Gênios, e até mesmo espíritos que eventualmente podem se tornar humano, nascem das Irradiações (como luzes ou irradiações magnéticas) desses seres, que formam, com suas energias, as assim chamadas mônadas – ou Corpos Coletivos – que se tornam a primeira habitação dessas consciências nascentes.

Uma mônada é como um corpo coletivo. Ao pensarmos em uma pedra, por exemplo, não podemos contatar o espírito de uma pequena pedra em nossas mãos. Não raro, ao fazê-lo, contatamos um enorme espírito, um ser coletivo, composto de milhares, se não milhões, de consciências, espalhadas em diversas pedras. Isso quando não contatamos um ser tão imenso que sua visão exige que adentremos o Reino Cristalino ou o Reino Mineral para poder vê-lo por inteiro.

Já ao falarmos de uma planta, a situação se diferencia. Cada árvore, por exemplo, possui um pequeno espírito guardião, similar a como nós possuímos nosso assim chamado Anjo da Guarda, além de possuir, ela própria, um corpo energético próprio – um axé próprio. Seus corpos emocional, mental e demais ainda são coletivos, com diversas consciências passando por eles, mas ela já possui algum nível de individualidade. Aliás, dependendo da árvore e do quão velha for, é possível até que possua um pequeno corpo emocional, ou mesmo uma pequena mente. Individuais, mas ainda não imortais – desaparecerão em meio à mônada quando a árvore morrer. Assim também acaba sendo que tal ordem também se aplica a animais e a seres elementais pequeninos.

Os animais considerados “inferiores” são aqueles cujos corpos coletivos incluem o corpo mental e causal, além dos demais acima. Isso significa que um peixe, por exemplo, possui individualidade em suas emoções – cada peixe possui uma pequena alma que sente emoções diferentes. Mas não possui individualidade em seus pensamentos e memórias – cada peixe compartilha suas memórias, experiências, pensamentos e ideias com todos os demais peixes de sua mônada – que, no caso, geralmente se limita a um ou mais cardumes. Enquanto os animais considerados “superiores” são aqueles cujos corpos coletivos são somente o causal e acima.

Os pequenos elementais já são aqueles cujos corpos coletivos são somente crísticos e acima. E os humanos, assim como os demais seres do Nível Humano de evolução, são aqueles cujos corpos coletivos são apenas os além-crísticos, isso é, seres que já possuem um Cristo Interior, um Corpo Crístico individual.

 

A proposta teosófica para explicar a evolução humana, elemental e angélica como separadas.

 

 

Humanidade

E nesse ponto é onde as pesquisas mais recentes no campo da espiritualidade mostram sua beleza. Para a Teosofia, existe uma única e singular ordem de evolução. De mineral para planta. De planta para animal. De animal para espírito/fada ou para humano. E de humano para iluminado. Para o espiritismo é similar. O espírito simples habita o reino mineral. Depois o vegetal. Daí o animal. E por fim o humano. Porém, tanto a Umbanda Sagrada como diversos outros grupos de estudo e evolução tem percebido que não necessariamente ocorre assim.

Por exemplo, a Chaos Magick conseguiu, com sua abordagem irreverente, criar seres diretamente no nível elemental de existência – os chamados servidores – e até mesmo conferir a eles imortalidade por meio da individuação na forma de Egrégoras ou Formas-Deus. Também na Umbanda Sagrada vemos elementais naturais surgirem a partir dos reinos elementais diretamente, e gênios com sua hierarquia. Mais do que isso, vimos também que existem formas de evolução não-humanas!

 

Pequeno Guia. Em inglês, mas muito válido. Eventualmente escreverei a respeito.

Para o espiritismo, “humano”, é um estado de ser. Qualquer ser que possua Razão, isso é, um corpo mental individual e completo, é um ser “humano” – independente da forma que possua sua alma ou seus corpos. Só isso já explica diversos casos, como seres elementais em essência (como os Grandes Elementais) que, possuindo racionalidade e individualidade do corpo mental, podem ser considerados “humanos”. Porém, há ainda seres que NÃO possuem racionalidade, mas que POSSUEM corpos crísticos individuais – nesse sentido sendo mais evoluídos espiritualmente, isso é, podendo alcançar com suas consciências individuais reinos muito mais sutis e divinos do que os seres humanos.

Claro, argumentos podem ser feitos de que isso não é evolução espiritual. Que a evolução espiritual é o acúmulo de corpos sutis como o mental e o causal. Mas se é assim, o que dizer dos “iluminados” espíritas, e dos “adeptos” teosóficos, cuja principal característica é justamente que sua consciência existe em níveis muito acima dos humanos, se caracterizando por possuírem corpos individuais além do nível crístico (ou angélicos para os espíritas e causal para os teosóficos)?! Não é pelo poder mental que são caracterizados. Fosse, e não seriam diferentes dos assim chamados Magos Negros, Espectros, Dragões e outros nomes dados a seres trevosos de grande poder nesse campo. Fica claro que evolução espiritual é o processo pelo qual consolidamos, para nós mesmos, corpos sutis individuais – deixando de ser mônadas e obtendo a possibilidade da Consciência, ou seja, da Fagulha Divina pessoal que temos, se manifestar em níveis mais altos de existência – níveis que ela normalmente não acessaria, pois que as mônadas possuem a característica de, conquanto possuindo suas próprias consciências (sim, mônadas são conscientes), serem como enormes “úteros” dando Veículos de Manifestação (isso é, corpos individuais) às diversas consciências que habitam nelas mesmas.

E a humanidade ?

Apenas uma das várias formas de manifestação – um ser que possui a graça de ter um Corpo Mental individual onde manifestar sua Fagulha, ainda que não necessariamente seja mais evoluído que outros que não o possuam.

 

 

Pós-Humanidade

Ocorre que, como vimos, há Planos de Existência. Nesses planos há Mônadas, que são como enormes mães universais, cujos úteros servem de morada temporária para as Fagulhas Divinas, as Consciências Individuais, enquanto essas não obtém para si Corpos Sutis individuais. Como vimos ainda, mesmo seres humanos podem tomar esse papel, criando seres a partir do nada por meio de técnicas simples. Criando para eles um corpo habitável, uma consciência eventualmente passa a habitá-lo, tornando-se, de certa forma, filha daquele ser humano.

Ocorre ainda que um ser de nível humano de existência é qualquer um que possua individualidade ao nível chamado “crístico” (para teosofia, Manas). Um dos planos de existência, e bastante alto. Não que individualidade signifique imortalidade ou domínio. A maioria dos seres humanos mal-mal domina seus corpos emocionais, que o diga seus corpos mentais. Assim sendo, o que pode ser um ser de nível espiritual superior ao humano?

Claro, dentro dos próprios níveis humanos há diversos pequenos semi-níveis de evolução. Cada um deles representa maior domínio dos mistérios dos diversos corpos. E um deles em especial, o nosso nível de evolução espiritual, representa o quão próximos estamos de obter o próximo estágio de individualidade – um corpo além do Crístico. Mas vamos falar de algo mais geral.

Se o nível “humano” de evolução encontra-se na posse de um corpo Crístico, qual nível vem além?

Pois bem, o nível dos chamados “iluminados” seria o que viria além do nível Crístico – um nível onde a pessoa obtém um corpo sutil de natureza superior à Crística, ultrapassando assim o tempo de existência do que se chama a sua Verdadeira Vontade – e tornando-se um ser que não retorna à mônada após o cumprimento dessa Verdadeira Vontade. Também além dele, existe o nível dos assim chamados “Deuses” – o nível que existe além desse nível, e onde os seres ultrapassam mesmo os tempos de existência dos “iluminados”, quaisquer que sejam. Mas aí adentramos em um ponto complexo.

Se deuses são esses seres, o que dizer, por exemplo, de um simples espírito mistificador que se auto-declara deus e consegue construir um culto ao redor de si mesmo? Obviamente que esse tipo de ser não se encontra nessa classificação de “deus”. É meramente um embusteiro. “Deuses” dessa classificação podem ser notados pela clara reverência e dedicação dada a eles não por meros mortais, mas sim por aqueles que são considerados já “iluminados” ao nível dos próprios mortais. As assim chamadas “entidades”.

Assim, ao vermos entidades iluminadas, como pretos-velhos de umbanda, que se curvam perante as figuras dos Orixás e do deus cristão, podemos ali entender que existe algum tipo de ser (que não necessariamente é quem responde quando nós chamamos! Veremos mais disso no próximo texto) que realmente está um degrau acima daquelas entidades. E por meio delas, muitas vezes (ainda que nem sempre), é que experimentaremos esse tipo de mistério.

Deuses são os seres que, do ponto de vista de um Iluminado – de um ser que obteve um corpo além-crístico de existência – são iluminados. Seres que se manifestam perante esses seres de formas misteriosas para eles, mas sábias e além de suas capacidades.

E, se assim é, o que dizer do resto ?

 

Pra fazer um humano você precisa disso tudo

 

Outras Coisas no Meio do Caminho

Há diversos contos. No judaísmo, um ser superior, um assim chamado deus, criou os Anjos, e depois os espíritos dos homens. No cristianismo, alguém inventou que um desses anjos se rebelou e foi jogado ao fogo e enxofre destinado aos pecadores. A esse anjo e aos que o seguiram se deu o nome de demônios. Já no islã, alguém disse que entre a criação dos anjos e a dos homens, foram criados Djinns, ou gênios – seres de grande poder e magia, mas inferiores aos anjos. Há alguns que são bons e outros que são ruins.

Acaso isso significa que esses seres realmente existam?

Se existirem, isso não significa que o deus cristão é o único deus?!

O próprio espiritismo nos diz que existe um deus único, e que ele é o deus cristão.

A Teosofia já diz que existe sim um deus único, mas que ele é impossível de entender pelos seres humanos. E que ele seria algo chamado Logos. Já o judaísmo tem uma visão de Deus que pode ser entendida como “a irradiação original de onde tudo se origina”, um ser que não possui personalidade, não no sentido de possuir uma única, e que com cada nome que é chamado aparece com diferente mente, personalidade, ideias e desejos – possuindo de similar entre si meramente uma tal irradiação que alimenta todas essas coisas. No Candomblé existem os Orixás. Que são tipo deuses. Mas não exatamente.

Na Umbanda Sagrada existe um deus único, Olorúm, que é o criador do céu e da terra e sincretizado com o deus cristão. Mas ele cria os Orixás, e também Anjos, e também diversos outros seres, como Dragões e Elementais e Gênios. E quando estudamos mais, vemos que Dragões são um tipo de Elemental, que os Gênios são um tipo de existência energética que se reproduz sexuadamente, que Anjos são seres de certas esferas, e que todos podem ser traçados aos Orixás como Irradiações Primordiais, ou assim chamados Tronos.

Irradiações. Nenhum dos assim chamados “deuses” por essas religiões é, propriamente dito, um “deus” em termos de Evolução Espiritual. São coisas totalmente diferentes, os assim chamados “deuses” que acessamos e o assim chamado “deus primordial” desses seres, pelo simples motivo de que, em essência, esse “deus primordial” não possui palavra, ideia, personalidade, mente, emoções ou corpo.

Ele é Imanifesto, ou, melhor dizendo, sua Manifestação é Tudo que Existe, inclusive os Veículos que nos servem para nossa própria Manifestação! Cada deus do universo é esse deus. Mas nenhum deus é ele no sentido de ser exclusivamente ele. Da menor pedra ao mais alto Logos, todos são manifestações dele. Do mais bondoso santo ao mais perverso demônio, tudo são manifestações desse ser.

Toda heresia, assim como toda sacralidade. Todo bem e todo mal. Os estupros e assassinatos, a ignorância e a ganância assim como a inocência e a vida, o aprendizado e a temperança. Ao falarmos dos seres que são Irradiações, dos assim chamados “deuses únicos”, meramente dar um NOME ou chamar esse ser de DEUS, já é limitá-lo e errado em natureza.

 

Mas o imanifesto pode criar muito mais do que humanos.

Assim com o Dao, os tais chamados “deuses únicos”, ou “deus criador” são coisas Além da Existência. Além da Manifestação. Sequer podemos dizer que são um ou muitos, pois “um” e “muitos” são FORMAS DE MANIFESTAR, e o que quer que esteja além da manifestação não é nenhuma dessas duas coisas. Por esse motivo, ao falarmos de “deuses” no próximo texto, espero não ver ninguém falando bobagens do tipo “mas deus é onipresente, onisciente e onipotente!” ou “isso é impossível, deus é amor!”.

São duas classes diferentes de seres, e ainda que a humanidade tenda a misturá-las vez após vez, de forma irritante e infantil, evitemos esse erro. Já somos crescidinhos demais para ficar chamando seres manifestados e pessoais, com personalidades e história, de mistérios impessoais e imanifestos.

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7 Comentários

  1. Ótimo texto, aguardando a continuação do texto.
    A Eubiose por acaso compartilha da mesma visão teosófica?
    Muito enriquecedor esses gráficos e estudos da Umbanda, me parece que já está dando um tremendo passo, e deixando velhas superstições para conhecimentos mais lógicos e sólidos.

    Valeu Des…

  2. Somos condicionados dentro da cultura ocidental cristã desde a mais tenra idade, e confesso que leio coisas que às vezes me dá um “nó” na cabeça. Por exemplo, quando entramos em estado de oração, a “quem” devemos dirigi-la de uma forma mais “correta” a fim de que “alguém” possa ouvi-la e atendê-la? E o que dizer sobre a tão falada lei de atração e a física quântica que nos sugere que podemos criar nossa própria “realidade”? Desculpe se posso parecer “menino” demais nesses quesitos, mas minha busca é exatamente por aprender! Obrigado!

    1. Olá Rafael.

      Não se preocupe, toda dúvida é bem vinda 🙂

      Bem, vamos lá.

      O “quem”, obviamente, depende de um número de fatores. Qual egrégora você tem mais afinidade, quais deuses estão interessados em trabalhar contigo. Fazer orações ao deus cristão sendo um fervoroso adorador dele, mas inútil para os objetivos do mesmo, as vezes tem menos efeito do que fazer “orações a ninguém”, sendo agnóstico, e mas possuindo o interesse do deus por conta de algo dentro de você.

      Eu diria que, regra geral, você deve procurar por sinais de que alguma divindade te favorece, após pesquisa e estudo. Daí, identificada essa divindade, iniciar um culto a ela.

      E lembre-se de que cultuar uma divindade não é só pedir ! Há que se agradecer e libar (oferendar) também!

      A forma “mais correta”, por sua vez, inclui sua intenção, sentimento e energia estando presentes durante a formulação e feitura da oração, humildade perante o ser, boa vontade, confiança, fé, sinceridade e o uso de algum “mensageiro” (seja seu Anjo da Guarda, Hermes ou Exu) para que essa intenção possa ser “traduzida” e levada até o deus.

      Normalmente orações que você mesmo formula, ao invés de ler ou decorar orações de algum texto ou salmo, são mais eficazes. (Note que salmos possuem uso magístico na oração, mas isso é história para outro dia) 🙂

      Já quanto à “lei da atração”, ela é bonita no papel, mas difícil pra porra de botar na prática. Livros como O Segredo tentam vender uma espécie de “teologia da prosperidade mental”, mas ela não é algo tão fácil que possa ser entendido e praticado de forma puramente racional.

      Antes de mudar sua vibração (que, aliás, não deixa de ser assunto de qualquer religião que pregue a “melhoria do homem em direção a deus”, seja na “reforma íntima” espírita, na “busca pela santidade” católica ou na “produção da pedra filosofal” alquímica) é necessário curar as doenças espirituais, mentais, emocionais e físicas relacionadas a ela.

      E nesse caso não falo de coisas grandes como esquizofrenia. Até mesmo simples neuroses e hábitos nocivos contam como “doença” nesse aspecto.

      Auto conhecimento, paciência e amor por si mesmo (além normalmente da ajuda de alguém a mais tempo nessa estrada) são chave no processo 🙂

      Quanto a física quântica…. bem, eu eventualmente posso fazer um texto a respeito (daria um ótimo texto, aliás), mas falando de forma simples, ela nos dá muitas ferramentas SUPER legais para lidar com o esoterismo e a espiritualidade, mas não é essa coisa toda não.

      Por exemplo, indicações de que a mente humana sequer influencie qualquer efeito quântico são mínimas (há sim propostas de pesquisas a esse respeito, mas não vejo resultados nem publicações).

      O que se chama de um “observador” na física quântica é qualquer coisa (inclusive os instrumentos inorgânicos de medição, como uma câmera) que possua pouco mais de 800 átomos (limite até onde já se foram percebidas atuações quânticas).

      Acredito que seja isso para suas dúvidas.

      Volte sempre e seja bem-vindo !

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