A hamr como um Modelo de Magia

Anteriormente, conhecemos um mapeamento para a alma humana (hamr) baseado na simbologia nórdica – dividido na mente, na aura e na Consciência. Agora, cruzaremos estes conceitos para criar um modelo de magia, com um enfoque para o autoconhecimento. Para isto, discutiremos formas de se obter um entendimento prático dos símbolos apresentados.

Imagem Destacada: RAIDHO

Primeiramente, devemos compreender o óðr como “Inspiração” e compreender como este conceito lidará com a prática magística. Nossos sentidos normais estão ligadas principalmente ao nosso hügr, porém ao estabelecermos uma ligação com o óðr temos uma ampliação da capacidade usual de percepção. Isto é chamado normalmente de nomes como “transe mágico” ou “estado de gnosis” – ele nos permite liberar uma quantidade maior de energia (“önd”) e lidar com Planos Sutis. Este estado pode ser de concentração profunda ou de percepção ampliada, sendo importante que o aspirante estude métodos com que se sinta confortável para atingir ambos.

Podemos dizer que o “transe mágico” também intensifica nossa hamingja e permite sua manipulação. A interação dela com as energias externas (do ambiente, ou evocadas ritualisticamente) resultaria nas alterações buscadas pela operação. Certos trabalhos, como alguns tipos de ativação de sigilos e consgrações, usarão unicamente nossa energia pessoal – neste caso, o óðr nos permite a manipulação e a hamingja faz a imantação.

Também deve-se analizar o óðr nas formas de “Consciência” e “Entendimento”; é através dele que temos nossa principal noção de Individualidade, onde se localiza o nosso “Self” – a “Essência” do nosso ser. Enquanto isso, a Mente lidaria com nossa personalidade diária (ou “ego”) – que é armazenada na münr. Ali, estão guardados diversos “gatilhos” que ativam reações diversas, positivas ou negativas; porém, muitas vezes estes “gatilhos” são coisas que foram impostas à nós por outras pessoas e inibem uma autêntica expressão do óðr.

Por isso, surge a necessidade de detectarmos quais são estes “gatilhos” embutidos na münr e apará-los – removendo aquilo que não nos pertence e tomando controle sobre nossa personalidade diária. Este processo faz com que o hügr interprete a münr à favor do óðr, criando uma relação onde os três se retro-alimentam. Entrando em contato com o nosso Self, fazemos com que nossa força de Vontade seja encontrada e flua melhor – assim efetivamento realizando magia.

Conforme estimulamos o óðr, suas ligações com outros aspectos da alma começam a ficar mais fortes. Com isto, quanto mais o estado de “transe mágico” é treinado mais natural ele se torna e rápido conseguimos entrar nele. Além disso, mesmo em nosso estado usual da rotina diária começamos a perceber novos detalhes, conectar mais pontos, e “coincidências” nos parecem mais com fios do Destino se conectando. Nossa mente se amplia, e isto nos permite ter uma percepção ampliada do mundo que nos cerca.

É importante que busquemos estimular o hügr através de controle dos pensamentos (incluindo o estado de “não-pensar”), visualização criativa e concentração. Exercícios de memória e controle emocional também serão necessários, trabalhando com a münr. Por fim, busquem encontrar aquilo que os inspiram – aquilo que efetivamente os eleva e os faz realizar a magia, acima de símbolos e ritualísticas. Um mago deve, em primeiro lugar, dominar a si mesmo antes de adquirir controle sobre o mundo ao seu redor.

“Então eu comecei a entender/e fiquei sábio/e cresci e prosperei muito bem,/minhas palavras a partir de palavras/e palavras encontrei,/minhas proezas a partir de proezas/e proezas encontrei.” – Hávamál (“Palavras do Altíssimo”), stanza 144; trad.Elton Medeiros

Sjáumst bráðlega!

 

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