Partamos do pressuposto de que possuímos, todos, almas. Se elas se separam do corpo após a morte, então resta a questão – antes da morte, onde ficam?
No texto de hoje explorarei a constituição esotérica do ser humano, e procurarei explicar o mecanismo por detrás de algumas das “leis” herméticas e espíritas no que diz respeito ao posicionamento desses corpos durante os momentos de vigília e o que isso significa em nossas vidas diárias.
Referências
Antes de iniciar é importante deixar claro que a visão apresentada aqui não é exclusiva de nenhum sistema de magia nem está desvinculada deles. O substrato mais básico de onde retiro minhas informações é um misto de análise dos fenômenos psíquicos e projetivos segundo suas características comuns e a organização dos corpos sutis segundo a kabbalah hermética e a teosofia. Contudo, há também influências do espiritismo, umbanda sagrada, taoísmo, hinduísmo, dentre outros sistemas esotéricos que procurei esmiuçar e entender de forma complementar.
Não há como dizer que esses sistemas se unam imediatamente, e a base para poder combinar com sucesso elementos deles, ao meu ver, deve ser sempre a experiência. Baseado nela, nas descrições de como funcionam os sistemas de corpos sutis e, principalmente, nas limitações de cada qual, é possível construir pontes entre eles.
Dito isso, vamos ao primeiro dos corpos.
Corpo Físico
Antes de falarmos da alma, falemos do corpo que todos conhecemos apenas em partes. A parte do corpo físico que é de conhecimento mais comum aos seres humanos é a parte constituída pelos elementos da tabela periódica dos elementos. Carbono, oxigênio, hidrogênio, ferro etc. Esse corpo físico é o corpo que é, por excelência, nosso maior conhecido – já que, ou assim imagino, todos os leitores desse texto o possuem e leem o texto a partir de mecanismos sensoriais pertinentes a um de tais corpos, especialmente a visão.
O corpo físico possui estruturas físicas e campos bioenergéticos, tais quais o campo eletromagnético corporal, gerado pelo movimento das cargas dentro das células. A atual medicina terrestre descobriu métodos para lidar com as estruturas físicas muito bem. Tais métodos, conhecidos como farmacologia e cirurgia, são baseados respectivamente em mudar a composição atômica de partes disfuncionais do corpo, destruir quimicamente invasores e efetivamente remover ou substituir por próteses artificiais partes do sistema. São métodos muito eficientes e com diagnósticos hoje em dia, no mais das vezes, precisos. Já suas estruturas bioenergéticas não são muito conhecidas, visto que seu estudo ainda está embrionário.
Além delas, contudo, o corpo físico também parece possuir outro tipo de estrutura, ou outros tipos diversos de estruturas, conhecidas como corpo etérico, duplo etérico, po (alma do pulmão), meridianos, chackras e nadis, e assim em diante. Há aqueles que dizem que todas essas estruturas são a mesma coisa. Na literatura espírita, ao menos, o termo “duplo-etérico” significa claramente a união de todas as estruturas sutis humanas, até mesmo as bioenergéticas e biomagnéticas. O mesmo ocorre com o termo “corpo etérico”. Porém, em minha experiência pessoal, sistemas como os chackras e nadis e os meridianos de acupuntura não são imediatamente possíveis de serem relacionados. Há pontos de interseção entre eles, mas também pontos onde esses sistemas diferem grandemente e descrevem estruturas totalmente diferentes.
Também a chamada “aura” humana, que se estende a partir do corpo humano, é composta de diferentes níveis de matéria física sutil. Matéria física sutil essa que é a ponte natural entre o plano físico e o plano mais próximo a ele, o plano emocional ou astral, onde encontramos o nosso corpo emocional ou astral. Contudo, antes de entrar em detalhes a respeito do corpo emocional, gostaria de explicar um detalhe importante – a vibração.
Vibração Fundamental da Matéria
Ao falarmos no plano físico, obviamente físicos, engenheiros e médicos se acharão imediatamente incomodados quando confrontados com a ideia da existência de “matéria física sutil” e “corpo etérico”. Isso ocorre porque a física moderna reconhece a existência até mesmo das estruturas bioenergéticas, mas não das estruturas etéricas e mais sutis.
Por que não percebe?
Pelo simples motivo de que não há como demonstrar, com facilidade, a influência dessas forças nas forças da matéria regular. E aqui explico algo que é uma das bases mais fundamentais, ao meu ver, da magia em geral:
Aquilo que chamamos matéria física é não somente uma coleção de partículas sub-atômicas sujeitas às “loucuras” da mecânica quântica, como de fato compostas, em última análise, do que poderíamos chamar “energia”, mas escolherei (vocês verão depois porquê) chamar de “substância fundamental” em uma “vibração similar”.
O que quero dizer com isso?
Bem, que toda matéria pode ser convertida no que a física chama de “energia” é fato comprovado desde Einstein e com a invenção das bombas atômicas. Que isso significa que “matéria” é em última análise “energia parada” é uma aproximação mais ou menos correta e mais ou menos errada. Mais interessante até que isso é a noção de que matéria, quando levada a temperaturas de 0 kelvin (mais ou menos -290 °C) chega a um estado da matéria conhecido como “condensado de Bose-Einstein”, onde efeitos quânticos podem ser observados em escala macroscópica, ou seja, em coisas maiores que partículas.
Que tipo de efeitos quânticos?
Até hoje os efeitos encontrados em laboratório incluem diminuir drasticamente a velocidade da luz (para apenas 17m/s ou 60 km/h) e criar fluidos que não estão sujeitos as leis da inércia. Outros efeitos dos condensados de Bose-Einstein podem incluir o estudo de partículas que existem em menos que três dimensões e da formação de buracos-negros.

Em esoterismo, fazendo uma analogia com o que existe acima de nós, existe a possibilidade de que, rompendo o estado de Bose-Einstein, adentremos um sub-plano físico similar, por ser mais baixo do que o atual plano físico, aos planos sutis, ou seja, ao chamado “plano etérico”, que é mais alto que o atual plano físico.
Em outras palavras, quando modificamos a Substância Fundamental e a levamos aos limites do seu estado vibracional (por exemplo adicionando ou retirando calor) observamos estados quânticos, onde essa matéria parece se tornar relativamente livre das leis comuns ao seu estado, aparecendo e desaparecendo do universo e interagindo de forma diferente com a luz, que é a substância fundamental variando entre o estado de matéria e o estado de onda ou energia. Simplificando, tudo o que chamamos de matéria é nada mais ou menos que a “substância fundamental” em uma determinada vibração – ou seja, movendo-se no espaço físico conforme um certo padrão temporal (digamos, 1 movimento por x segundos, em uma escala imaginária chamada “Desmond” – já que sou um pouco egocêntrico).
Essa substância fundamental a 1 desmond (ou 1d) forma matéria como a conhecemos. Nossos computadores, nossos livros, nossos corpos físicos. Essa matéria possui propriedades segundo sua organização íntima, ou seja, possui química e física próprias. Também possui maior ou menor sensibilidade a coisas que estão a outro nível.
Assim, quando temos matéria a 2 desmond (ou 2d), ela é percebida por essa matéria a 1 desmond como energia, por exemplo, de um campo magnético – algo que pode lhe influenciar e movimentar dependendo de suas propriedades fundamentais, mas que não é físico.
Já quando essa energia chega a 3 desmond, observamos ondas eletromagnéticas, como a luz e a radiação. Porém, aquela substância fundamental acima de 3 desmond, torna-se de uma natureza que não pode ser percebida facilmente pela energia em 1 desmond. Ela passa por uma transformação em que se torna excessivamente sutil para influenciar aquela energia em 1 desmond.
Esse seria o nível onde adentramos o sub-plano físico conhecido como “etérico”. Nesse sub-plano, podemos ainda adicionar mais Desmond à vibração fundamental, fazendo com que a matéria ali presente torne-se cada vez mais sutil. Eventualmente, ela que começou capaz de influenciar campos magnéticos, torna-se capaz de influenciar apenas a luz, e depois nem mesmo isso.
E o mesmo parece ocorrer quando vamos “abaixo” de um certo nível.
Ou seja, a 0 Desmond, alcançamos estados onde a substância fundamental torna-se incapaz de influenciar a matéria física, mas ainda influencia efeitos magnéticos e eletromagnéticos, como os condensados de bosen-einstein.
Abaixo disso, podemos esperar influências apenas na luz, ou mesmo nem nisso.
Em outras palavras:
4 desmond ou mais -> Etérica Superior
3 desmond -> eletromagnética superior (influencia Luz)
2 desmond -> magnética superior (influencia alguns tipos de matéria)
1 desmond -> matéria física comum
0 desmond -> magnética inferior (influencia alguns tipos de matéria)
-1 desmond -> eletromagnética Inferior (influencia luz)
-2 desmond ou mais -> Etérica Inferior.
O tipo de influência inclui todo tipo de força. Ou seja, inclui as forças de atração e repulsão, gravidade, impacto etc. Ou, em resumo: A vibração da substância fundamental determina qual é o grau em que os tipos de matéria física (sutil ou normal) podem se influenciar.
No hermetismo e espiritismo, podemos entender esse princípio como estando presente na lei dos similares – onde aquilo que possui certa vibração afeta e é atraído aos seus similares. Isso é meramente consequência do fato de que, quão mais próxima a vibração, maior o efeito da substância fundamental em seus pares. Um átomo, por exemplo, efetivamente atrai para si todos os outros átomos do universo, pois é capaz de influenciá-los com gravidade.
Enquanto um campo magnético não consegue atrair gravitacionalmente os átomos do universo – ainda que possa ser influenciado pela gravidade em si. Esse sistema funciona em todos os planos de existência que serão discutidos aqui hoje.
Dito isso, o que é um plano de existência?
Planos de Existência
Um plano de existência pode ser resumido como sendo o espaço-tempo habitado pela substância fundamental ou o conjunto típico de substância fundamental que habita o espaço-tempo.
Nesse quesito, tenho de admitir que não estou certo quanto a qual seja o mais correto. Dizer que cada plano possui um espaço-tempo seria dizer que cada plano é um pequeno multiverso em si. Dizer que cada plano é meramente a visão de como interagem de forma diferente as substâncias fundamentais seria dizer que há mais de um tipo de substância fundamental e que ela interage com o tempo e o espaço de forma diferente dependendo de qual seja seu tipo.
Não possuo dados ou experiência que me permita afirmar um ou outro. E nem importa no momento.
Importa dizer que um plano é um “local” diferente do atual. É possível que ele possua tempo diferente do nosso, e espaço diferente do nosso. Em outras palavras, no plano astral, por exemplo, é possível criar locais onde 1 hora passada seja 1 segundo do plano físico. É possível abrir portais, ou seja, rasgos no tempo-espaço, que conectam duas coisas muito distantes (como um buraco de minhoca), mas não afetarão o espaço do plano físico. Dados que nos fazem considerar que diferentes planos sejam diferentes conjuntos de espaço-tempo. Contudo, existe conexão íntima entre o plano astral e aquilo que se encontra a pelo menos 1 desmond de distância da matéria física.
Assim, coisas a -1 ou 2 desmond já são afetadas pelo plano astral – enquanto coisas acima de 3 desmond ou abaixo de -2 desmond, normalmente estão em contato íntimo com esse plano.
Tal dado nos leva a crer que o mesmo seja somente a substância fundamental em outros níveis. Porém, existem relatos (não experimentados por mim) de efeitos físicos que vêm diretamente do astral para o físico – como materializações e desmaterializações. Nesse caso, não há rompimento ou alteração visível (nos relatos) do espaço-tempo físico.
Esse tipo de efeito já aponta para a existência do plano astral como um conjunto de outros tipos de substância fundamental que seria, de alguma forma, intercambiável com a substância fundamental física. Qualquer que seja a resposta, fica claro que um plano é algo mais extenso e complexo do que meramente a elevação ou diminuição da vibração da matéria fundamental física. Em outros planos também temos outros corpos – pois os nossos corpos sutis, tal qual o etérico, não o alcançam.
Nesse texto falarei de 8 planos de existência: O físico, já abordado; O astral; O mental concreto; O mental abstrato ou causal; O búdico; O celestial; O monádico; e o logosófico. Esses oito planos são importantes pois nos levam ao fundo do conhecimento esotérico hermético ocidental no que diz respeito às conexões entre todos os seres (ou ao menos assim afirmam os textos) que pertencem ao nosso universo.
Vejamo-los em maior profundidade.

O Plano Astral
O plano emocional ou astral é aquele considerado mais próximo do plano físico. A sensação de ativar os sentidos do corpo que possuímos nesse plano e de senti-lo enquanto acordados ou em projeção astral (que é quando levamos nossa consciência para o corpo astral) lembra um pouco a sensação de estar na água ou ar – por isso, alguns o relacionam a água, névoa, mistério e similares. Influencia essa sensação de “água” ou “ar” o fato de que é nesse plano para onde vai a consciência da maioria das pessoas após a morte física – indo essa consciência habitar o corpo astral.

O corpo astral, conhecido como corpo de emoções, é composto da matéria desse plano. Sua influência sobre o corpo físico se dá através do duplo-etérico e gera o que conhecemos como emoções e sentimentos. Assim, quando sentimos raiva, por exemplo, e tudo o que está associado a essa sensação, incluindo liberações de neurotransmissores, elevação da pressão sanguínea e etc, é relacionado a eventos do corpo astral – que está em contato com algum tipo de matéria astral ou influenciado por um corpo ainda mais sutil, que lhe muda a composição, alterando o corpo físico.
A matéria do plano astral é muito fluida, podendo ser facilmente manipulada por meio do pensamento. Nesse plano, não há muita similaridade entre os seres humanos. Assim, não podemos dizer que haja um nível “1 desmond” para todos. Porém, definirei aqui, para motivo de conveniência, que o nível 1 desmond do plano astral corresponde ao nível que é sentido, no corpo físico, como a leve sensação de saciedade e contentamento.

A partir desse nível, podemos encontrar níveis que geram sensações como a raiva aproximadamente 1 ou 2 desmond abaixo dele. Já níveis que geram sensações como a felicidade inocente parecem encontrar-se 3 ou mais desmond acima dele. É um nível muito básico, e que poderíamos correlacionar com uma “escala espírita” como estando mais ou menos no segundo ou terceiro nível do que é chamado “umbral”.
Nisso, vale falar da escala dos sub-planos astrais.
Podemos dizer que o que é chamado pelos espíritas e umbandistas de “umbral” vai de 2 desmond a aproximadamente -1 desmond. Enquanto o que é chamado pelos herméticos e cristãos de inferno vai de aproximadamente 1 desmond a -2 ou -3 desmond.

O que seria visto como horror inimaginável a níveis lovecraftianos pode ser encontrado abaixo de -2 ou -3 desmond do plano astral. A partir daí, já temos sensações e emoções que são efetivamente tóxicas ao corpo físico, normalmente gerando naqueles que as acessam efeitos físicos desagradáveis e além de psicossomáticos – como sangramento do nariz, ou aparecimento de vermelhões, roxos e similares.

Há a possibilidade de que, indo a níveis ainda mais baixos, efeitos piores ocorram, visto que há incorporações de certas entidades, por exemplo em quimbanda e voodoo, que levam a lesões significativas no corpo do médium, havendo, por exemplo, sangramento espontâneo de olhos, ouvidos e nariz. Há também relatos velados de explorações por certos grupos esotéricos que levaram seus membros a níveis excessivamente baixos do astral, enquanto ainda vivos, o que levou, por fim, a morte física, normalmente por parada cardíaca.
Já acima de 1 desmond, encontramos níveis progressivamente mais sutis de sensação e existência. Em 3 ou mais desmond, começamos a ter efeitos psíquicos, como comportamento infantil e levemente abobalhado. Em níveis muito elevados, muito acima de 3 desmond, encontramos efeitos físicos também, normalmente similares aos efeitos físicos dos excessos “para baixo”. Ou seja, sangramento espontâneo dos orifícios.
Há, novamente, relatos de grupos esotéricos que alcançaram níveis excessivamente altos no astral, normalmente em busca de contato intenso com entidades ditas angélicas. Nesses grupos, houve também casos de morte física. Em outras palavras, há um certo limite para o quanto pode-se explorar, com o corpo astral, ainda encarnado, sem que isso traga grandes consequências ao corpo físico. Explorar entre -3 e 4 ou 5 desmond do plano astral é relativamente seguro. Acima ou abaixo disso, consequências desagradáveis e/ou perigosas podem se seguir. A pessoa comum, entretanto, não precisa se preocupar com isso.

É raro que as pessoas atinjam tais níveis sem buscar por eles e, de fato, sem fazerem grande esforço para alcança-los e visualizá-los. Mesmo para o projetor astral comum, o assim chamado “sétimo nível do astral” por alguns grupos esotéricos, encontra-se ainda entre 3 ou 4 desmond, relativamente próximo do nível da infantilidade, onde encontram-se também as entidades Ibeji de umbanda e, coincidentemente ou não, o assim chamado centro do “governo planetário” ou “governo oculto do mundo” que se estabelece por ali com espíritos afins. O alcance desse “governo” é de alguma forma extenso, visto que utilizam o nome da cristandade e são uma das mais elevadas estruturas montadas no astral a que quase qualquer um pode ter acesso, mas não é absoluto.
Características básicas do plano astral são:
1 – Quão mais “alto” se vai (ou seja, quanto mais desmonds possui o plano) mais o ambiente, o movimento e a capacidade de ação se tornam ligados ao simples ato de pensar – fazendo com que, em níveis altos, o mero pensamento se traduza em estruturas e efeitos intensos no plano ao redor, desde que, é claro, outras mentes mais potentes não o estejam mantendo cristalizado em outras formas. Nos planos mais elevados, o próprio corpo astral muda de forma e pode acabar não possuindo forma alguma. As sensações e sentidos tornam-se totalmente ao bel-prazer da influência mental, não sendo necessário nem ideal que se absorva ou tenha contato com qualquer da matéria ao redor para que haja sensação de saciedade ou outras.
2 – Quão mais “baixo” se vai (quanto menos desmonds possui o plano), mais materiais e sofridas tornam-se as sensações e ações. Em planos muito baixos, o movimento torna-se difícil como se estivéssemos nadando contra uma correnteza ou mesmo, em casos extremos, dentro de lama quase sólida. Volitar (ou “voar” em termos leigos) torna-se quase impossível, e o corpo astral torna-se cada vez mais complexo e frágil, pois torna-se cristalizado em uma forma que lembra a do corpo físico, incluindo a presença de órgãos dos sentidos e outros similares. Eventualmente, torna-se necessário novamente consumir alimentos de origem astral. Há a possibilidade de ferimentos ocorrerem, e até mesmo mutilações. Os órgãos dos sentidos voltam a agir de forma próxima aos da terra, e em locais de vibração muito baixa é possível sentir efetiva dor ou outras sensações desagradáveis no corpo astral meramente por adentrá-los.
O Corpo Astral Enquanto Em Vigília
Enquanto estamos acordados, andando pelo plano físico e sem prestar atenção no que ocorre com nosso corpo astral, podemos ter uma ideia básica de qual nível ele ocupa no plano astral pelos sentimentos e sensações de origem emocional que estamos experimentando. Nesse sentido, a empatia, ou seja, a capacidade de mudarmos nossa vibração astral/emocional segundo a vibração daqueles ao nosso redor faz com que normalmente as pessoas se encontrem entre os níveis de -1 desmond e 2 desmond, dentro do que seria considerado o “inferno” ou “umbral”.
Interessantemente, quando falamos que “o inferno é o agora quando estamos fazendo algo errado”, as vezes é algo bem literal. Essa localização do corpo astral também explica os fenômenos da obsessão facilitada e da ênfase dos espíritas, cristãos e basicamente quaisquer religiosos, na necessidade de aumentar o nosso nível de vibração espiritual para estarmos mais em contato com a felicidade, amor e bondade divinos. Na realidade, o que ocorre é que é fácil sermos contaminados por espíritos que estão muito sintonizados com emoções baixas quando nos encontramos, ao mais das vezes, nessas mesmas emoções.
Os processos de obsessão espiritual são tão casuais e comuns justamente por que a influência de um espírito, por exemplo, a -2 desmond, se expande até mesmo àqueles que estão em 1 desmond. É uma influência fraca, e claro, prevalecerá a influência dos espíritos afins a 1 desmond. Contudo, o mesmo se aplica aos espíritos “superiores”, ou seja, que se encontram banhados em emoções de níveis mais elevados. Espíritos a 4 desmond tem tão pouca influência sob a pessoa em 1 desmond quanto tem os espíritos a -2 desmond. Ambos estão a 3 desmond de distância. Por isso, quão mais elevarmos nossas emoções, mais próximos ficaremos desses espíritos mais felizes e contentes.
Qual o benefício disso?
Bem, se felicidade em excesso é intoxicante e infantilizante, ao menos obter 2 desmond, chegando a um nível de contentamento e pequena felicidade efetiva, pode facilitar atividades mais mentais como o aprendizado e o raciocínio. É fato que quão mais deprimido, raivoso ou atormentado se encontre o indivíduo, mais difícil será que participe em atividades sociais, culturais e intelectuais de boa-vontade e com ações morais.
Novamente, os excessos são prejudiciais. Mas nessa era em que estamos, de desenvolvimento científico, intelectual e moral, onde simplesmente não é necessário que mantenhamos um estado emocional baixo, é positivo que aumentemos nosso estado emocional geral.
Dito isso, a emoção de nada serve sem o aprendizado mental.

O Plano Mental Concreto
O plano mental concreto encontra-se em conexão íntima com o plano astral, e é a origem dos efeitos de plasmagem – ou seja, materialização de objetos astrais no plano astral utilizando apenas a visualização da forma do objeto e a força mental necessária para aglutiná-lo. Esse plano é composto daquilo que, no plano físico, percebemos ou sentimos como ideias, raciocínio e pensamento concretos – ou seja, determinados, espaço-temporalmente localizados, geométricos e factuais. Ao dizermos que uma esfera é redonda, por exemplo, estamos imaginando algo. Uma forma. Formas são, por excelência, objetos do plano mental.
Nesse quesito, vale dizer que a matemática, física e engenharia não são totalmente concretas, visto que conceitos, como números, são coisas que não possuem forma per se. São algo do plano mental abstrato. Falaremos disso depois.
O corpo que possuímos no plano mental concreto é o corpo mental concreto. Esse corpo normalmente possui uma forma de “impulso” ou “pulsão”, não sendo traduzível em termos de formas tridimensionais ou geométricas planas. A sensação de acessá-lo é de poder, inteligência, onipotência e mordacidade, levando as pessoas a relacioná-lo com o “mal”, com o “poder divino” ou com elementos como o ar e o fogo. Talvez possamos pensar na forma do corpo mental concreto em algo como uma bolha de movimentações pseudópodes violentas, como uma ameba cheirada de cocaína ou algo parecido.
Enfim.
É um corpo normalmente usado para influenciar outros planos, em especial o plano astral. O plano mental em si é de difícil exploração, mas pode ser explorado por técnicas de “leitura de mente” como a captação psíquica, o uso de pêndulos, radiestesia e etc. É de se esperar que o plano mental possua sub-planos. Contudo, sou incapaz de determiná-los em escala de desmonds.
O sistema ainda existe, mas eu pessoalmente não possuo a necessária experiência para classificar esse plano. Posso apenas dizer que, quão mais baixo se vai, maior a tendência em pensar geometricamente, e quão mais alto se vai, maior a tendência em se pensar em formas fluidas e sutis, quase inexistentes. Mais ou menos a diferença entre escultura e pintura, ou em gráficos cartesianos e raciocínios sociológicos ou psicológicos.
Coisas como visão em 360º ou em mais do que 3 dimensões são possíveis usando o corpo mental (inclusive para ver outros planos), mas das poucas vezes que experimentei migalhas disso (especialmente de ver dimensões adicionais) a dor de cabeça foi bem intensa. De forma geral, o que entendemos como nossos sentidos são capacidades relacionadas ao corpo mental concreto. Visão, olfato, audição, tato, paladar e seus correspondentes astrais… todos estão presentes nesse corpo, sendo coletados pelos demais e traduzidos em termos concretos pelo mesmo. Tenho de admitir estar incerto quanto a se o plano mental se liga de alguma forma com o plano físico ou se todas as relações mentais têm de passar necessariamente pelo plano astral. Há efeitos como a clarividência e as knesis que apontam para a existência de uma conexão entre o plano mental e o plano físico. Enquanto há também efeitos como os processos psicológicos e de comportamento, que sempre apresentam complexos mentais se manifestando conjuntamente aos físicos.
É um mistério.
Quanto à localização do Corpo Mental Concreto quando estamos em estado de vigília, essa varia segundo o estado mental em que se encontram as pessoas. Contudo, temas como poder, segurança, força e domínio parecem ser comuns à raça humana como um todo, ou ao menos às pessoas de nosso tempo.
A forma como esses temas são trabalhados por cada qual gera afinidades mentais segundo o padrão de comportamento. Por exemplo, as ideologias de militância normalmente implicam em condicionamentos do corpo mental concreto para que siga determinados padrões de pensamento.
O mesmo se aplica a qualquer tipo de “escola de pensamento”, ideologia ou forma de pensar, no geral. Dito isso, adentramos o campo onde já há influência do corpo mental abstrato.

O Plano Mental Abstrato ou Causal
O plano mental abstrato é aquele que se relaciona a conceitos e significados.
A sensação de acessá-lo pode ser descrita como similar a ser ar ou fogo, e não é possível discernir facilmente formas nesse plano tal qual naqueles abaixo do plano mental concreto. A sensação também costuma ser de elevação e divindade, fazendo com que as epifanias que as vezes aparecem quando acessamos este estado sejam vistas como profecias, assim como as próprias profecias também podem, de fato, ser criadas aqui. Depende do que consideramos uma profecia ou não. Isso, porque não possuímos a maior parte dos órgãos dos sentidos associados ao plano mental abstrato.
É possível representar conceitos com arte, por exemplo, mas artistas com visão que vá além da significância pessoal e adentre uma significância coletiva são raros. Nesse plano, encontram-se o cerne da filosofia, ciências, pensamento em geral. Nele não há linguagem (que é uma característica do plano mental concreto) ou formas fixas, mas há conceitos e percepções abstratas.
Por exemplo, ao escrevermos 1+1 = 2, sabemos que há aí elementos concretos e abstratos. Os elementos abstratos são o significado dos números e operações. O que significa “1”, o que significa “2”, o que significa “+” e “=”. Mas a escrita e a forma dos números são elementos concretos.
Dito isso, o corpo que possuímos nesse plano é difícil de acessar posto que facilmente saímos do plano mental abstrato e voltamos ao plano mental concreto. Eu particularmente tenho dificuldades em acessar esse plano, de modo com que não irei me estender muito na sua descrição. Porém, podemos dizer que uma característica importante do corpo mental abstrato é que é dele que vêm o impulso que gera padrões no corpo mental concreto, sendo esses padrões as já ditas “escolas” ou “ideologias” de pensamento. Por meio da manipulação dos conceitos com que uma pessoa forma seu corpo mental abstrato, é possível moldar como se comportará seu corpo mental concreto.
Coisas como propaganda, marketing, teoria das cores, psicologia, psiquiatria e semiologia estudam os mecanismos físicos que geram conceitos no corpo mental abstrato levando a mudanças no corpo mental concreto – ou seja, na forma de pensar. Essas mudanças podem estar associadas a padrões abstratos individuais ou semi-individuais como cultura ou a padrões mais coletivos como o instinto humano para percepção de perigo e segurança. Associações como a da cor vermelha com o perigo, a emoção, o poder sexual e a fome são associações a nível abstrato coletivas à raça humana terrestre, enquanto associações de vermelho com cadeias de fast-food já são associações a nível concreto gerando “propaganda”.
Enquanto acordados, nossos corpos mentais abstratos normalmente ficam relativamente estáveis no que podemos chamar nossa “zona de conforto”. A zona em si é uma entidade abstrata, composta daquelas visões, perspectivas e conceitos com que nos circundamos durante nossa vida. As manifestações mais concretas dessa zona de conforto, como hábitos na escolha de roupas, na linguagem e preconceitos já são sua contraparte mental concreta.
Por fim, o plano mental abstrato é também chamado “causal” por ser, em última análise, a “causa” última para tudo que fazemos e também para tudo que sofremos como reação às nossas ações. Assim, toda ação humana parte do corpo mental abstrato, que é nosso último corpo móvel, capaz de gerar aprendizado, e, portanto, o limite de nosso livre-arbítrio. Acima do corpo mental abstrato não é possível ao ser humano agir – e, de forma análoga, não é possível sermos culpados (normalmente por divindades e outros seres mais “elevados”) pelo que somos e fazemos acima desse nível, visto que não temos poder de decisão para tal.

Plano Búdico
O assim chamado plano búdico ou espiritual é o plano que se encontra no limite da individualidade humana. Todos os seres humanos possuem um corpo búdico, praticamente inacessível, mas de grande importância. Esse corpo é basicamente imóvel (ainda que possa crescer, tal qual uma árvore) e está fora do controle humano. Para obter uma transformação nesse corpo e sua mobilidade é necessário, portanto, que o ser humano deixe de ser humano e se torne algo superior – um iluminado ou buddha, de onde vem o nome para este corpo.
Esse corpo é chamado “espírito” no espiritismo.
O plano búdico é um mistério, e o corpo búdico de cada um encontra-se fixado em uma certa vibração – aquela que só pode ser completada quando o ser se ilumina, e cuja exploração em sua conexão com outros planos, onde possuímos mobilidade e livre-arbítrio, parece ser justamente a forma pela qual aceleramos esse processo de iluminação ou transcendência espiritual.
Os reflexos dessa vibração em planos mais baixos, como o mental abstrato ou mesmo o físico, geram as assim chamadas “Verdadeira Vontade”, “Dharma”, “Dao (caminho) pessoal”, “Missão Divina”, e etc.

Plano Celestial
Como dito, o plano búdico é o limite, em termos dos seres humanos, para a individualidade.
Acima dele, os corpos humanos tornam-se coletivos – isso é possuído por mais de um ser humano, que pode estar ou não presente no nosso planeta no plano físico, podendo inclusive estar ou não encarnado. Nisso inclui-se o assim chamado plano celestial com seu corpo chamado corpo adâmico ou centelha divina. Esse corpo é a famosa “centelha de divindade” que todos os seres humanos possuiriam e que os ligaria diretamente a deus.
Na realidade, podemos dizer que seres que alcancem a individualidade de sua centelha divina são iluminados e que seres que alcancem a mobilidade da mesma são deuses. Mas essa é apenas minha classificação particular. Cada religião e ser do astral tem sua própria, e há entidades até mesmo sub-humanas que se arrogam seres divinos, então…. O que dizer.
Enfim.
O corpo adâmico está, obviamente, fora de controle do ser humano comum. Não ouso imaginar o que possa existir nesse nível, mas acredito que ainda é algo que liga seres a nível humano – isso é, seres que possuem individualidade a nível causal, independente dos demais corpos e organizações que possuam.
Isso significa, sim, que seres tão diferentes quanto um humano da terra e um humano que sequer possua corpo emocional podem ser relacionados a nível adâmico. Mas ainda é algo entre grupos limitados de seres humanos.

Plano Monádico
Nesse plano encontram-se os corpos sutis monádicos da humanidade.
O que isso significa é que, nesse nível, já encontramos todos os seres humanos como um único ser – uma “mônada” ou consciência coletiva em termos teosóficos. As mônadas existem em diversos planos – por exemplo, os peixes possuem um corpo monádico a nível mental e as plantas um corpo monádico a nível astral, mas esse plano é onde se encontra a mônada humana, assim como outras de nível parecido.

Plano Logosófico
A teosofia nos fala da existência de um ser chamado “logos”, ou seja, de uma consciência coletiva que vai além da humana. Haveria o logos solar, sendo essa a consciência coletiva do nosso sistema solar, assim como também haveriam outros logos, todos eles culminando no último logos, o logos divino. Considerando que seres humanos estão espalhados para além do sistema solar, podemos dizer que cada ser humano possui uma grande probabilidade de participar de ao menos duas ou mais consciências coletivas – aquela do nosso Logos solar, assim como a de seu corpo adâmico que não está sujeita ao logos solar.
Contudo, podemos ainda assim extrapolar a nossa dedução para considerar que haja uma consciência coletiva que seja compartilhada por todo o universo (ou multiverso) em que existimos. Essa grande consciência coletiva partilhada por tudo seria O Logos universal, que é relacionado basicamente à figura de um deus monoteísta.
Na realidade, talvez o buraco de coelho seja mais fundo… afinal…
Outros Planos e Outros Corpos
Como vimos, é possível a um ser humano participar de mais de uma consciência coletiva. Também é possível que planos como o mental interajam diretamente com o físico, sem ter que passar pelo astral.
Assim, os planos não necessariamente fazem uma “escadinha para a divindade”. Ao contrário, fazem uma “escadinha para a coletividade última”, uma forma de nos explicar como é que estamos, enquanto seres multidimensionais, compartilhando uma realidade em comum mesmo com seres tão estranhos e fora de nosso convívio como os maiores demônios dos piores infernos, os mais sublimes anjos dos mais elevados céus e os mais neutros dos seres inumanos que habitam esferas incogniscíveis para nós, como um certo ser muito famoso, que se arroga espírito logosófico de nossa galáxia via láctea e que possui um corpo astral que existe em nada menos que 31 dimensões. E isso quando eu tenho dor de cabeça tentando imaginar 4. Raios.
De qualquer forma, é interessante termos em mente que essa relação dos corpos não necessariamente é a relação de TODOS os corpos que possuímos ou de todos os planos que existem. O multiverso é vasto. Muito vasto. Vale a pena manter o corpo mental abstrato bem flexível para coisas novas!
Experiências com Outros Planos
Não é fácil distinguir quem está experimentando o quê.
Recentemente, especialmente em círculos espíritas, umbandistas e de canalização (esses normalmente dos EUA ou Europa), temos visto grupos de seres que se dizem não-divinos canalizando mensagens a seres humanos. Esses seres, normalmente vistos como alienígenas ou similares, trazem muitas perspectivas novas e interessantes. Expandem nosso campo de ação além dos planos básicos que costumamos visitar desde a idade média e até mesmo antes. Talvez seja o começo de uma nova era de explorações. Uma era das explorações psíquicas e esotéricas.
Torço para que assim seja!
Nos vemos lá, especulando e experimentando.
A todos, uma boa noite e até mais.
2 Comentários
“Isso significa, sim, que seres tão diferentes quanto um humano da terra e um humano que sequer possua corpo emocional podem ser relacionados a nível adâmico. Mas ainda é algo entre grupos limitados de seres humanos.”
Desmond,
Um “ser humano que sequer possua corpo emocional” não poderia ser chamado de “vegetal?
Reformulando: Um ser h vivo que não tem ao menos uma “semente” de mente deve, na sua opinião, ser chamado de humano?
Com votos de saúde,
José Elias
José Elias
Olá Elias.
O corpo mental e o emocional são diferentes, porém, sim, um ser que não possua mente nem emoções pode ser considerado humano desde que possua um Corpo Crístico/Búdico individual e não possua nenhum corpo individual mais elevado.
No caso das plantas e flora em geral do nosso orbe, elas não possuem corpo crístico/búdico individual 🙂